“Na vida só há um modo de ser feliz. Viver para os outros.”
Léon Tolstoi
domingo, 28 de outubro de 2012
Inclusão e diversidade
Diversidade é o conjunto de diferenças e semelhanças que nos caracterizam, não apenas as diferenças. Diversos não são os outros que estão em situação de vulnerabilidade, desvantagem ou exclusão. Essa maneira de encarar a diversidade como uma característica de todos nós e não de alguns de nós faz toda diferença quando trabalhamos o tema. Não se trata de incluir os que ficaram do lado de fora porque eles são os diversos. Eles ficaram do lado de fora porque estamos cometendo injustiças e não porque são “desajustados” e os incluídos são os perfeitos.
Portanto, aproximando essa reflexão de nossas vidas, de nossas organizações, é evidente que não estamos falando apenas de oportunidades iguais para todos. É isso e mais um pouco. Abrir espaços, incluir, buscar quem está do lado de fora, reconhecer identidades, compor equipes caracterizadas pela diversidade é um passo muito importante para sermos justos e reconhecermos na prática a dignidade de todas as pessoas.
Ao incluir, tudo é repensado para considerar a todos, o que exige atingir níveis mais altos de excelência na qualidade da educação oferecida, além de gerar aprendizados importantes na interação que acontece entre as pessoas em sua diversidade humana. A diversidade não pode, assim, ser obstáculo para a qualidade, mas uma ponte para o sucesso das pessoas, das organizações e o desenvolvimento da sociedade.
Como se preparar para a inclusão senão incluindo? Todos devemos nos preparar, evidentemente, mas a “perfeição” não pode ser desculpa para não incluir porque jamais seremos “perfeitos” sem a participação do outro que está do lado de fora. Assim, há muitas formas de discriminar e deixar as coisas como estão. Uma delas é pedir para os excluídos aguardarem na exclusão enquanto buscamos a perfeição dentro de nossas instituições…
Inclusão – mais do que dentro e fora, uma transformação do todo
Organizações inclusivas distribuem oportunidades com equidade, oferecem condições de desenvolvimento para todos, reconhecem as pessoas e têm apreço pela diversidade a ponto de considerá-la em suas escolhas, na tomada de decisões em relação a todos os seus públicos e atividades.
Organizações inclusivas ampliam nossa capacidade de realizar boas escolhas individuais e coletivas, favorecendo o próprio desenvolvimento, o desenvolvimento da organização e o desenvolvimento da sociedade onde vivemos.
Incluir é ação, é disposição para o encontro, para a mudança. É gesto concreto de inclusão de pessoas e das perspectivas que elas trazem consigo.
Incluir é movimento de mão-dupla: na direção do outro e de abertura para que o outro se achegue.
Incluir é gesto que considera a existência do outro, reconhece que há outras perspectivas além da sua ou do padrão dominante, com sua versão única de verdade, beleza, normalidade etc.. Incluir é atividade na qual todos se transformam. E sem que ninguém desapareça!
Se alguém deixa de existir, o que acontece é um extermínio e não inclusão.
Se para estar incluído for necessário sumir com alguma característica essencial, não é inclusão verdadeira. Ela deve considerar as pessoas para gerar interações verdadeiras e não desconsiderá-las ou desprezar algum aspecto ou característica.
Incluir é agir para que o outro exista e não um movimento para tornar o outro semelhante a si ou o movimento de negar-se para que só o outro exista.
Desaparecer com o outro, com suas características e perspectivas, é gesto de colonizar, de invadir, de assediar e não de incluir transformando-se e transformando o ambiente.
Incluir é gesto que exige a disposição de todos os envolvidos para o encontro, o diálogo, a troca, o enriquecimento mútuo, algo que acontece no processo de considerar e acolher outras possibilidades de ser, de saber, de fazer, de exercer o poder (todos têm poder!).
Ninguém inclui ninguém! Não há alguém que inclui ativamente e alguém que é incluído passivamente.
Incluir supõe interagir, disposição de todos e não de um. Inclusão é relação, interação e é na qualidade das relações que a diversidade ganha seu maior sentido e potencializa sua riqueza.
Ser inclusivo é dispor-se ao novo, ao inusitado, à transformação.
Inclusão, como interação de qualidade, destrói a ideia de fora e dentro que o termo sugere para dar-se conta de que há um todo transformado pela postura e pelas práticas inclusivas.
Juntar ou juntar-se às pessoas pode ser apenas formar uma aglomeração estática. Interações são transformadoras. Transformam as pessoas e os ambientes.
Incluir é fonte de renovação, de vitalidade, antídoto contra a mesmice. Não se fica o mesmo quando se inclui.
Ninguém inclui o que é igual, o mesmo, mas o que é outro, o que é diferente de si, o que tem algo a acrescentar àquilo que se é, que se sabe, que se pode ou que se faz.
Incluir é gesto que implica em diferenciar-se e em diferenciar para que haja um encontro verdadeiro de perspectivas, interesses, experiências, necessidades e contribuições singulares.
Quem tem medo da diferença e se sente ameaçado por ela, não se dispõe ao encontro, à transformação, à afirmação do que se é e do que o outro é para construir algo novo, um novo lugar, um ponto de chegada que não é o mesmo, mas outro.
Inclusão é resultado do gesto de incluir que faz com que todos se sintam acolhidos em suas singularidades para contribuir com o todo na realização da missão do grupo e da instituição.
Inclusão surge na interação e a fortalece, ampliando as possibilidades de cooperação entre as pessoas, de resolver conflitos e de chegar a um bom termo em relação aos desafios.
Inclusão acontece na construção de ambientes promotores de justiça, de interações colaborativas, da criatividade e de soluções inovadoras para os desafios que afetam uma comunidade ou toda uma sociedade.
Inclusão diz respeito à criação de um ambiente no qual cada um tenha a oportunidade de participar plenamente na criação do sucesso da relação, da missão escolhida, do desafio enfrentado, e no qual todos são valorizados em suas diferentes habilidades, conhecimentos e atitudes.
Inclusão pode formar algo parecido com mosaicos e eles são importantes do ponto de vista da geração de relações justas, equânimes, com oportunidades iguais para todos. Mas a composição de mosaicos pode significar inclusão incompleta por três motivos:
· O que fez com que alguns ficassem do lado de fora? Sem postura crítica, não há como rever atitudes e práticas. Processos de exclusão podem continuar e gerar inclusões injustas.
· Mosaicos são estáticos. A adição de valor da diversidade, assim, é apenas potencial. Sem gestão, não há solução! Apenas contemplar a diversidade e compor grupos diversos pode não gerar riqueza além da riqueza já presente. A interação é fundamental.
· Inclusão precisa de gestão. Sem gestão, pode acontecer o “efeito picles”: todos ficam rapidamente parecidos, com o mesmo jeito, a mesma postura, as mesmas ideias, aparentemente ou não, como estratégia de sobrevivência, por conveniência ou convicção de que há apenas um padrão, o dominante, é o que deve prevalecer.
A gestão da diversidade deve tornar nosso ambiente de trabalho mais dinâmico, favorecer interações criativas, trocas, aprendizados conjuntos. Gestão necessita de intervenção na realidade e não apenas contemplação dessa realidade.
Podemos pensar na imagem dos caleidoscópios para mostrar essa inclusão dinâmica, com foco na qualidade das relações que acontece para além de se estar presente num espaço, num grupo ou equipe.
São identidades, singularidades, experiências, histórias de vida, perspectivas, possibilidades, diferenças e semelhanças que se arranjam e se reinventam em múltiplas composições para gerar, com interações dinâmicas, criatividade, inovação, excelência a serviço da sustentabilidade dos negócios e da sociedade.
Como não somos peças de um mosaico ou de um caleidoscópio, cabe lembrar que nós humanos podemos levar o outro dentro da gente quando interagimos. Não há um dono da verdade, um marcador identitário ou característica nossa que fique ilesa à interação quando é inclusiva, respeitosa, com apreço pela diversidade e suas possibilidades.
Na troca, nos enriquecemos mutuamente. Não são “verdades” que permanecem intocáveis, mas que geram algo novo, que enriquecem nossa vida individual e institucional.
Eu não preciso ser o outro para compreendê-lo, considerar suas perspectivas e necessidades no planejamento das atividades, mas eu posso considerar o outro porque há respeito, consideração, gosto pela diversidade. Exige gestão!
O mix formado neste processo inclusivo não some com as diferenças, mas acrescenta, amplia, transforma em algo novo que considera tudo e atinge novos patamares, novas realidades. Estamos falando de interações criativas com a incorporação de novos horizontes plurais, mais ricos, ampliando nossa visão e nossa capacidade de dar respostas aos desafios do nosso tempo e lugar.
Podemos aprender uns com os outros para sermos mais e fazermos mais, mas para isso precisamos enxergar os outros, dar valor aos outros, sentir falta dos outros, dessa ampliação de horizontes que representam. Não basta, portanto, dizer não à discriminação. É preciso dizer sim à diversidade por meio de práticas que supõem inclusão e gestão da diversidade.
Fonte: http://arivieiracet.blogspot.com.br
domingo, 21 de outubro de 2012
Audiolivro é simplesmente um livro em áudio, também chamado de livro falado ou um audiobook. Normalmente é gravado em estúdio, lido de forma pausada com interpretação. Também há a utilização de efeitos sonoros e músicas que ajudam o ouvinte a simular melhor a atmosfera criada. É um recurso fundamental para promover a “cultura leitora” em pessoas com deficiência visual ou com dificuldades de leitura, por exemplo dislexia. Convém referir que o audiolivro não pretende eliminar o prazer de leitura, mas trazer uma nova alternativa ao acesso ao conhecimento e à literatura.
“Audiolivro é uma nova forma de “ler livros” em que uma história é narrada em áudio pelo próprio autor ou narradores profissionais. O leitor se torna um ouvinte, “mas nem por isso menos próximo e nem por isso menos cúmplice”. Lya Luft
Livro para escutar, a qualquer hora, em qualquer lugar. É a melhor definição do que seja um audiolivro. Gravadas em estúdio, as obras literárias são enriquecidas pela interpretação dos narradores e pelos efeitos sonoros e as músicas, tornando a atividade de escutar histórias e aprender muito mais prazerosas.
O audiolivro também é conhecido como: audiobook, livro falado ou simplesmente livro em áudio.
A importância do audiolivro para o processo de inclusão
O acesso à leitura é parte fundamental da educação de qualquer indivíduo, seja ele com deficiência ou não. Com o surgimento de novas tecnologias e o uso acelerado de novas mídias, o audiolivro surge como alternativa para os leitores, possuindo um formato que se adapta ao cotidiano das pessoas do mundo atual, que tem cada vez menos tempo livre. Ouvir um livro tornou-se, deste modo, a atividade cultural do homem moderno. Além disso, o audiolivro é uma ótima ferramenta de interação e reflexão entre colegas de trabalho, professores, educadores e alunos. Os livros falados são todos editados com a ajuda do computador, utilizando dispositivos de captura de som, software de edição e um drive gravador de CD. A adesão a este novo suporte está revolucionando cada vez mais o mercado editorial.
Acessem algumas obras gratuitas no link: http://www.universidadefalada.com.br/
Fonte:http://arivieiracet.blogspot.com.br
Exercício ajuda no déficit de atenção
As crianças com Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção (PHDA) apresentam melhores resultados na escola se fizerem exercício físico. De acordo com um estudo publicado no “Journal of Pediatrics”, bastam 20 minutos de atividade para que estas crianças consigam concentrar-se melhor (e distrair-se menos) nas aulas. Segundo os autores do estudo, da Michigan State University, nos EUA, esta conclusão pode ter um impacto significativo nas crianças com PHDA: “o exercício físico pode ser uma ferramenta muito importante entre as nossas opções não medicamentosas para tratar a PHDA. Pode ser a primeira abordagem e é essa a recomendação que fazemos aos psicólogos do comportamento”.
A investigação envolveu 40 crianças, 20 das quais com PHDA, com idades entre os oito e os 10 anos, e permitiu verificar que ambos os grupos apresentaram melhores resultados em testes de matemática e compreensão depois de fazerem 20 minutos de exercício. A concentração é um dos maiores desafios das crianças com défice de atenção e, com base nestes dados, os investigadores aconselham as escolas a aumentarem e integrarem diversas atividades físicas nos horários escolares.
Fonte: http://inclusaoaquilino.blogspot.com.br
sábado, 20 de outubro de 2012
Vale a pena ver: Escola transforma relação com diálogo
Uma escola sem muros e sem violência, no coração de uma das maiores favelas do Brasil.
O destaque é para uma comunidade que transformou a relação entre alunos e professores usando apenas a palavra.
Fonte: www.youtube.com
Era uma vez um “autista”
Ainda era um jovem professor e já a dúvida o atormentava... Talvez por ser o mais jovem - e considerado inexperiente - confiaram-lhe a turma mais pequena da escola. Porém, certo dia, recebeu a visita da senhora diretora. Vinha acompanhada por um moço, que andaria aí pelos treze anos. E logo foi dizendo:
O senhor professor é um privilegiado! A sua turma só tem quarenta e oito alunos, mas trago-lhe mais um, que lhe vai dar mais trabalho do que a turma toda junta. E já o aviso: o moço é autista e é perigoso.
Naquele tempo, ninguém usava o termo "inclusão", nem expressões como "aluno com necessidades especiais". Muito menos tinha sido inventado o TDA, o DDA, o TDA-H, a Ritalina não estava na moda, nem se reconhecia haver o que, hoje, se designa por hipercinético... Naquele tempo, o moço era deficiente. E pronto!
Naquele tempo, em plena ditadura, ninguém ouvira falar de um russo chamado Vigotsky, que discordava de um tal de Piaget, porque esse tal de Piaget dizia que o desenvolvimento do pensamento na criança "parte do pensamento autístico não verbal à fala socializada e ao pensamento lógico, através do pensamento e da fala egocêntricos". Naquele tempo, vivíamos na mais escura treva teórica.
O jovem professor recorreu ao dicionário: "autismo é uma disfunção global do desenvolvimento". Ficou a perceber o mesmo... Agarrou-se à tábua salvadora do processo que acompanhava o aluno. Nele dizia que o autista havia arrancado os brincos da professora e que, nesse violento gesto, tinha rasgado as orelhas da mestra, que fora receber tratamento hospitalar. O processo só não dizia por que razão o "autista" arriscara o tresloucado gesto. Somente acrescentava que, consumado o delito, o aluno fora expulso.
Aquele jovem professor não era daqueles que cedo desistem de aprender. Com a informação de que dispunha (nenhuma), meteu mãos à obra. No dia seguinte, dividiu o quadro negro em quatro partes e em cada uma delas escreveu tarefas para cada série. Coisa de demorar uma meia hora a fazer. Posta a classe em ação, dirigiu-se para o fundo da sala, onde o autista se instalara.
Quando já estava a menos de alguns passos do "autista", prudentemente, deteve-se. O "autista" balançava a cabeça e isso talvez não augurasse algo bom... Recordou o aviso da senhora diretora: "este aluno é autista e é perigoso". O jovem professor recuou. A situação repetiu-se, vezes sem conta, ao longo desse dia: a cada aproximação, novo movimento pendular da cabeça do "autista"; a cada arremetida, novo estratégico recuo. E o professor regressou a casa, preocupado. Não conseguira chegar sequer à fala com o "aluno especial", ou de "inclusão", como, hoje, seria designado . Muito menos conseguiu ensinar-lhe algo, enquanto durou o que restava daquele ano letivo.
Muitos anos decorridos sobre este incidente, o professor, já menos jovem e com algumas noções de prática teorizada, compreendeu que aquele aluno nunca tinha sido autista. Apenas lhe tinham colocado um rótulo. Aliás, compreendeu algo bem mais importante e decisivo para a tomada de decisões que, alguns anos depois, o conduziram a uma profunda mudança na sua prática. Há quarenta anos atrás, o professor compreendeu que, na sua sala, não havia um "autista" - havia tido quarenta e nove. Ou melhor: seriam cinquenta os "autistas". Porque, dentro das quatro paredes da "sua sala de aula", todos estavam... sozinhos.
José Pacheco
Fonte: http://inclusaoaquilino.blogspot.com.br
sábado, 13 de outubro de 2012
Relatório sobre crianças fora da escola produzido pela Campanha e UNICEF é citado em artigo da Folha
É justo ao jovem mais frágil da perspectiva de segurança social, dito "rebelde e complicado", que a escola se fecha, através dos seus mecanismos de expulsão
Segundo o relatório "Todas as Crianças na Escola em 2015", do Fundo da ONU para a Infância e da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, mais da metade dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação não frequentava a escola e 90% não haviam concluído o ensino fundamental.
Dos que cumprem a medida em semiliberdade, 58,7% estavam fora da escola formal antes do ato infracional. Esses dados reafirmam o papel fundamental da educação na vida das crianças e adolescentes em situação de extrema vulnerabilidade. Ao proteger e ampliar as oportunidades educativas, a escola permite melhorar a condição de vida e romper o ciclo de pobreza e violência.
Além de excluídos da escola, a maioria dos milhares de meninos e meninas em conflito com a lei é vítima de um contexto socioeconômico em que muitos outros direitos essenciais foram negados, comprovando o fracasso dos serviços sociais de proteção e garantia dos direitos.
Dentre as barreiras ao acesso e permanência na escola estão as desigualdades socioeconômicas e a violência. Por um lado, temos as enormes desigualdades sociais agravadas pela falta de acesso a serviços públicos de qualidade de saúde, educação, assistência social, cultura e esporte, o que configura um contexto social adverso a empurrar nossos adolescentes para situações de alta vulnerabilidade social.
Por outro lado, o Brasil vive uma epidemia da violência contra crianças e adolescentes. Segundo o Mapa da Violência de julho, a taxa de homicídios nesse grupo cresceu 346% nas últimas três décadas.
É principalmente nos contextos de alta vulnerabilidade que se faz necessária uma forte articulação de políticas públicas específicas. Ainda que a escola sozinha não resolva tudo, não podendo estar isolada no território, ela tem um papel crucial como polo articulador.
Entretanto, na realidade a escola não está cumprindo sua parte na educação e proteção dos mais vulneráveis. É justamente para as crianças e adolescentes mais fragilizados do ponto de vista de segurança social, tidos como "rebeldes e complicados", que a escola se fecha, produzindo mecanismos de expulsão.
Por outro lado, uma vez que o adolescente está cumprindo medidas de privação de liberdade, é crucial uma reflexão acerca de qual educação é necessária.
Para dar conta das expectativas de aprendizagens do ensino básico, uma proposta educativa para os adolescentes em conflito com a lei deve resgatar as rupturas do seu percurso escolar e ampliar o acesso à produção cultural. Faz-se necessário também oferecer aprendizagens, por meio da arte, que possibilitam a construção de novas subjetividades.
Nesse sentido, educação e cultura são indissociáveis na formação desses meninos e meninas, para que possam converter a experiência da violência em reinserção construtiva em suas comunidades, tornando-se protagonistas de suas vidas.
A implementação de políticas públicas intersetoriais nas áreas da educação, assistência social, saúde, cultura, esporte, justiça, assim como a constituição de parcerias entre instituições públicas, privadas e da sociedade civil se apresentam como possibilidades para que, de fato, consolidemos uma política de proteção infanto-juvenil.
É fundamental garantir o acesso à cultura e à educação aos milhares de meninos e meninas internados nas unidades, direitos assegurados por lei e principais meios de construção de um projeto de vida e de reinserção social. Entretanto, é mais que necessário e urgente também uma reflexão sobre as condições que estão empurrando os adolescentes para as situações de risco social.
MARIA ALICE SETUBAL, doutora em psicologia da educação pela PUC-SP, é presidente dos Conselhos do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária e da Fundação Tide Setubal e membro do Conselho do Instituto Democracia e Sustentabilidade.
Fonte:http://www.campanhaeducacao.org.br
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