“Na vida só há um modo de ser feliz. Viver para os outros.”
Léon Tolstoi
domingo, 16 de agosto de 2015
Pessoas com síndrome de Down fazem sucesso no mercado de trabalho
Felipe Ribeiro dá os primeiros passos como DJ. Foto: reprodução do Facebook
A entrada no mercado de trabalho não é fácil para ninguém. Dúvidas sobre que carreira seguir, por onde começar, como conseguir o primeiro emprego sem ter tido nenhuma experiência são alguns dos desafios de iniciais. Imagine então para jovens com síndrome de Down, que enfrentam um forte preconceito e a desconfiança sobre sua capacidade.
Felizmente, esse quadro vem mudando e hoje é cada vez mais comum vermos pessoas com síndrome de Down e outras deficiências se destacando no ambiente profissional. Nesse texto apresentamos algumas dessas histórias.
Quando fez 15 anos Felipe Ribeiro quis uma festa. A comemoração teve um DJ que convidou o aniversariante a conhecer seu espaço de discotecagem. A partir desse dia, ele decidiu que também queria tocar nas festas e persistiu no sonho até o ano passado quando pode finalmente fazer um curso. Com síndrome de Down, Felipe, hoje com 21 anos, descobriu sua aptidão e agora se prepara para começar a trabalhar de fato.
Já há algum tempo muito se discute sobre a inclusão e o desenvolvimento de pessoas com deficiência intelectual, mas pensar no que esses cidadãos farão após tornarem-se adultos ainda não é ponto de discussão forte na sociedade.
“Para qualquer filho o que queremos é que eles sejam felizes, amem e sejam amados e ganhem seu dinheiro, tenham uma realização pessoal. E eu queria isso para o Felipe. Por isso lutei para descobrir as aptidões dele”, conta a mãe do DJ, Maria Irene Ribeiro.
Por isso, o jovem fez curso de computação, aulas de forró e outras danças e esportes, além da escola e das atividades na Associação de Pais e Amigos Vitória Down. Mas foi na combinação de música e animação que ele encontrou seu sonho profissional.
“A música é minha vida. E quero ganhar dinheiro para casar e ter uma família”, diz Felipe, que namora uma moça, que também tem a síndrome de Down, há 11 meses. Ele ganhará seus primeiros cachês em outubro, mês em que já tem duas festas agendadas para tocar, além de uma para setembro que está em negociação.
O curso que ele fez foi ministrado pelo DJ Léo Santos e oferecido pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) em parceria com o Senac.
CAPACITAÇÃO
Depois de um bom tempo batalhando até a mãe conseguir inscrevê-lo em um curso de DJ, Felipe está conseguindo realizar seu sonho e começar a trabalhar. Mas as portas dos processos de capacitação são muito complicadas para quem tem síndrome de Down, assim como outras deficiências intelectuais.
Além disso, muitas empresas não aceitam essas pessoas. Por isso a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Cariacica tem promovido um programa de orientação para vida e trabalho.
Primeiro há uma etapa de capacitação, treinando habilidades manuais e a coordenação motora. Depois é feito um trabalho para desenvolver a autonomia, o relacionamento pessoal e explicar detalhes como a documentação para esses jovens. A partir daí, a Apae tem conseguido emprego para alguns deles.
“As empresas que são nossas parceiras e contrataram pessoas com deficiência intelectual estão muito satisfeitas. Antes de eles começarem a trabalhar, vamos até o local e damos uma palestra para os funcionários sobre inclusão”, explica a terapeuta ocupacional Desirée Pesca, que trabalha com qualificação profissional há nove anos pela Apae.
Um dos jovens encaminhados é Diogo Souza, 26. Hoje ele é empregado como ajudante na Transportadora Pajuçara, em Cariacica. Antes ele já havia trabalhado em uma empresa do ramo alimentício por três anos. “Eu ajudo na limpeza, na arrumação, na organização e a retirar o lixo. Gosto de vir trabalhar, no serviço tenho vários amigos”, fala Diogo.
A encarregada administrativa da Pajuçara, Marília Aguiar, diz que ele é um dos melhores funcionários. “Ele é superorganizado e chama atenção dos outros quando sujam o que ele arrumou”, diz.
SUPERPROTEÇÃO IMPEDE INSERÇÃO NO MERCADO
Um dos maiores desafios para inserção dos portadores de síndrome de Down no mercado de trabalho é a superproteção familiar. Além da dificuldade com a aceitação das empresas, há muitas vezes o desconforto e o medo dos pais e responsáveis sobre como os jovens se comportarão e serão tratados no emprego.
Mas a desenvoltura como profissional depende muito de como é o tratamento em casa. “Essas pessoas têm um atraso no desenvolvimento, mas têm condições de trabalho. A vida adulta envolve certa capacidade de autonomia e isso terá muita relação com o contexto familiar, inicialmente”, explica a coordenadora do curso de psicologia da UVV e doutorando em psicologia, mediação materna e desenvolvimento de crianças com síndrome de Down, Luciana Bicalho Reis.
Esses jovens precisam ser estimulados para que tenham uma boa cognição e socialização. “O trabalho é importante porque é algo que caracteriza o adulto, é uma atividade que confere independência. Se não forem orientados, essas pessoas ficarão privadas disso”, ressalta Luciana.
AUTONOMIA
A questão da autonomia é a chave de todo esse processo. O cientista social e presidente da Federação das Apaes no Espírito Santo, Washington Luiz Sieleman Almeida, alerta que esses jovens precisam ser conscientizados da condição deles e de suas possibilidades e dificuldades.
“O empoderamento tem que ser feito já na família. A deficiência intelectual não é uma sentença de morte, é uma condição de vida e a pessoa tem que ser adaptar a isso. Eles precisam sim de uma atenção diferenciada para desenvolver suas tarefas, mas é necessário que se desenvolva uma autogestão”, defende.
DERRUBANDO PRECONCEITOS
Fernanda Honorato
A encarregada administrativa da Pajuçara, Marília Aguiar, diz que ele é um dos melhores funcionários. “Ele é superorganizado e chama atenção dos outros quando sujam o que ele arrumou”, diz.
SUPERPROTEÇÃO IMPEDE INSERÇÃO NO MERCADO
Um dos maiores desafios para inserção dos portadores de síndrome de Down no mercado de trabalho é a superproteção familiar. Além da dificuldade com a aceitação das empresas, há muitas vezes o desconforto e o medo dos pais e responsáveis sobre como os jovens se comportarão e serão tratados no emprego.
Mas a desenvoltura como profissional depende muito de como é o tratamento em casa. “Essas pessoas têm um atraso no desenvolvimento, mas têm condições de trabalho. A vida adulta envolve certa capacidade de autonomia e isso terá muita relação com o contexto familiar, inicialmente”, explica a coordenadora do curso de psicologia da UVV e doutorando em psicologia, mediação materna e desenvolvimento de crianças com síndrome de Down, Luciana Bicalho Reis.
Esses jovens precisam ser estimulados para que tenham uma boa cognição e socialização. “O trabalho é importante porque é algo que caracteriza o adulto, é uma atividade que confere independência. Se não forem orientados, essas pessoas ficarão privadas disso”, ressalta Luciana.
AUTONOMIA
A questão da autonomia é a chave de todo esse processo. O cientista social e presidente da Federação das Apaes no Espírito Santo, Washington Luiz Sieleman Almeida, alerta que esses jovens precisam ser conscientizados da condição deles e de suas possibilidades e dificuldades.
“O empoderamento tem que ser feito já na família. A deficiência intelectual não é uma sentença de morte, é uma condição de vida e a pessoa tem que ser adaptar a isso. Eles precisam sim de uma atenção diferenciada para desenvolver suas tarefas, mas é necessário que se desenvolva uma autogestão”, defende.
DERRUBANDO PRECONCEITOS
Fernanda Honorato
Aos 34 anos, é a primeira repórter com síndrome de Down no país. Trabalha no “Programa Especial”, da TV Brasil, desde 2006. Exibido aos sábados, ele é voltado para inclusão de pessoas com deficiência física ou intelectual.
Ángela Bachiller
Tornou-se vereadora na Câmara da cidade de Valladolid, Espanha, em 2013. Com síndrome de Down, Ángela, 29 anos, ocupou a vaga de outro vereador acusado de suborno e teve sua candidatura apoiada pelas associações de pessoas com deficiência.
Débora Seabra
Com 10 anos de carreira, é a primeira professora com síndrome de Down do Brasil e atua em uma instituição privada em Natal, no Rio Grande do Norte. Ela, aos 33 anos, é professora auxiliar da educação infantil.
Fonte:Jornal A Gazeta, texto original de Carla Sá.
Como ajudar uma criança com autismo a ler e escrever
Muitos pais enviaram perguntas sobre a estimulação de leitura e escrita no quarto. Você pode trabalhar qualquer habilidade, inclusive de leitura e escrita, quando sua criança estiver motivada e envolvida em uma interação social no quarto.
Por exemplo, se sua criança gostar de: Cócegas, Leitura, Passear de cavalinho, Canções, Vozes divertidas e atividades de imaginação, Dinossauros.
Quando você estiver em uma atividade interativa utilizando qualquer um destes interesses acima, espere até que sua criança esteja realmente motivada e conectada, antecipando já com muita expectativa o clímax da parte mais divertida da atividade. Este é o momento ideal para solicitar algo na área das letras ou números, levando em conta o estágio de desenvolvimento de cada criança/adulto.
Como um exemplo, estou passeando com a criança no colo pelo quarto todo. Eu posso dar duas ou três voltas sem pedir nada para ela (fazendo pequenas pausas entre cada volta para aumentar ainda mais a expectativa).
Quando eu perceber que a criança já está bem motivada (talvez apresente maior contato visual, expressão facial animada, sorridente, etc), eu posso solicitar que ela escreva a letra P no seu “bilhete de passear”, ou que ela faça um círculo em volta da figura de um cavalo (se eu estiver fingindo carregá-la como um cavalinho).
Em um outro exemplo, minha criança está interessada em dinossauros e eu estou fingindo ser um tiranossauro rex que a persegue pelo quarto. Eu pego um número 5 de plástico e digo que vou dar cinco passos gigantes de tiranossauro rex para pegá-la. Eu dou os 5 passos e faço rugidos de dinossauro. Daí eu digo que posso dar 7 passos gigantes para pegá-la. Peço que ela pegue o número 7 de plástico e o dê para mim antes de dar os passos. Eu ajusto a minha solicitação de acordo com o estágio de desenvolvimento de minha criança.
Por exemplo, eu tenho 6 bolas de pingue-pongue e minha criança está interessada na atividade com o tema do tiranossauro rex. Eu posso fingir que as 6 bolas são ovos de dinossauro e que se ela estiver perto dos ovos o dinossauro vai rugir, persegui-la e fazer cócegas nela.
Depois de fazer isso uma ou duas vezes sem demandar nada da criança para ajudá-la a ficar ainda mais motivada, eu posso pedir que ela divida os ovos por 2, por 3, etc. É claro que os interesses e motivações de cada criança ou adulto serão diferentes. E o estágio de desafio a ser trabalhado com cada criança em relação a letras, números, escrita e leitura também será diferente. É por isso que é tão importante seguir as motivações de sua criança e entender que em muitas ocasiões talvez a sua criança não esteja interessada na atividade que você está propondo.
INTERAÇÃO, CONEXÃO E O RELACIONAMENTO ENTRE VOCÊS DOIS É MAIS IMPORTANTE DO QUE LETRAS, NÚMEROS E LEITURA. É POR ISSO QUE SUGIRO QUE VOCÊ SE CONCENTRE PRIMEIRO EM: CONTATO VISUAL, COMUNICAÇÃO VERBAL E NÃO VERBAL, ATENÇÃO COMPARTILHADA, FLEXIBILIDADE, JOGO SIMBÓLICO, HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS.
Se você se concentrar nas habilidades acadêmicas muito cedo, isso pode levar a uma experiência de frustração tanto para você como para sua criança. Se ela ainda não apresenta o grau de concentração necessário para facilmente aprender o conteúdo, a experiência não será divertida para ela e você se tornará menos atraente por forçar que ela faça algo.
Conforme sua criança aprenda a se envolver mais nas interações e a interagir com pessoas por períodos maiores, ficará cada vez mais fácil para ela aprender qualquer coisa, inclusive números e letras. Se você gostou desse artigo sobre como ajudar uma criança com autismo a ler e escrever, compartilhe-o com os seus familiares e amigos pelas redes sociais!
Fonte: http://www.inspiradospeloautismo.com.br/como-ajudar-uma-crianca-com-autismo-a-ler-e-escrever/
Por exemplo, se sua criança gostar de: Cócegas, Leitura, Passear de cavalinho, Canções, Vozes divertidas e atividades de imaginação, Dinossauros.
Quando você estiver em uma atividade interativa utilizando qualquer um destes interesses acima, espere até que sua criança esteja realmente motivada e conectada, antecipando já com muita expectativa o clímax da parte mais divertida da atividade. Este é o momento ideal para solicitar algo na área das letras ou números, levando em conta o estágio de desenvolvimento de cada criança/adulto.
Como um exemplo, estou passeando com a criança no colo pelo quarto todo. Eu posso dar duas ou três voltas sem pedir nada para ela (fazendo pequenas pausas entre cada volta para aumentar ainda mais a expectativa).
Quando eu perceber que a criança já está bem motivada (talvez apresente maior contato visual, expressão facial animada, sorridente, etc), eu posso solicitar que ela escreva a letra P no seu “bilhete de passear”, ou que ela faça um círculo em volta da figura de um cavalo (se eu estiver fingindo carregá-la como um cavalinho).
Em um outro exemplo, minha criança está interessada em dinossauros e eu estou fingindo ser um tiranossauro rex que a persegue pelo quarto. Eu pego um número 5 de plástico e digo que vou dar cinco passos gigantes de tiranossauro rex para pegá-la. Eu dou os 5 passos e faço rugidos de dinossauro. Daí eu digo que posso dar 7 passos gigantes para pegá-la. Peço que ela pegue o número 7 de plástico e o dê para mim antes de dar os passos. Eu ajusto a minha solicitação de acordo com o estágio de desenvolvimento de minha criança.
Por exemplo, eu tenho 6 bolas de pingue-pongue e minha criança está interessada na atividade com o tema do tiranossauro rex. Eu posso fingir que as 6 bolas são ovos de dinossauro e que se ela estiver perto dos ovos o dinossauro vai rugir, persegui-la e fazer cócegas nela.
Depois de fazer isso uma ou duas vezes sem demandar nada da criança para ajudá-la a ficar ainda mais motivada, eu posso pedir que ela divida os ovos por 2, por 3, etc. É claro que os interesses e motivações de cada criança ou adulto serão diferentes. E o estágio de desafio a ser trabalhado com cada criança em relação a letras, números, escrita e leitura também será diferente. É por isso que é tão importante seguir as motivações de sua criança e entender que em muitas ocasiões talvez a sua criança não esteja interessada na atividade que você está propondo.
INTERAÇÃO, CONEXÃO E O RELACIONAMENTO ENTRE VOCÊS DOIS É MAIS IMPORTANTE DO QUE LETRAS, NÚMEROS E LEITURA. É POR ISSO QUE SUGIRO QUE VOCÊ SE CONCENTRE PRIMEIRO EM: CONTATO VISUAL, COMUNICAÇÃO VERBAL E NÃO VERBAL, ATENÇÃO COMPARTILHADA, FLEXIBILIDADE, JOGO SIMBÓLICO, HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS.
Se você se concentrar nas habilidades acadêmicas muito cedo, isso pode levar a uma experiência de frustração tanto para você como para sua criança. Se ela ainda não apresenta o grau de concentração necessário para facilmente aprender o conteúdo, a experiência não será divertida para ela e você se tornará menos atraente por forçar que ela faça algo.
Conforme sua criança aprenda a se envolver mais nas interações e a interagir com pessoas por períodos maiores, ficará cada vez mais fácil para ela aprender qualquer coisa, inclusive números e letras. Se você gostou desse artigo sobre como ajudar uma criança com autismo a ler e escrever, compartilhe-o com os seus familiares e amigos pelas redes sociais!
Fonte: http://www.inspiradospeloautismo.com.br/como-ajudar-uma-crianca-com-autismo-a-ler-e-escrever/
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