“Na vida só há um modo de ser feliz. Viver para os outros.”
Léon Tolstoi
sábado, 18 de fevereiro de 2012
Dislexia exige cuidados especiais
Por Jéssica Guidolin
A fase escolar é um período importante na vida de qualquer pessoa. Trata-se do início de descobertas do mundo à sua volta e da ampliação dos horizontes. Entretanto, existem obstáculos no caminho que podem atrapalhar esse processo de aprendizagem. Dificuldades nesse período são comuns aparecerem, mas algumas precisam de mais atenção do que outras. É o caso da dislexia.
Segundo a fonoaudióloga e coordenadora científica da Associação Brasileira de Dislexia, Maria Ângela Nico, “A dislexia é um distúrbio de aprendizagem que aparece na época da alfabetização, embora alguns sintomas estejam presentes antes desse processo”. Ângela ainda explica que antes da alfabetização a criança não pode ser considerada disléxica. Mesmo que ela apresente algumas dificuldades, o termo correto seria “criança de risco”. Passado dois anos de sua alfabetização a criança é reavaliada. Somente após a análise do caso é possível definir se realmente ela é ou não disléxica.
A pedagoga especializada em inclusão social, Raquel Schultz, conta que troca de letras, falta de atenção diferenciada, dificuldade em conseguir fechar uma palavra por inteiro são sintomas comuns em disléxicos. Além disso, há muitos outros fatores que podem ser observados. “A maior dificuldade do disléxico é associar a letra ao som. Se ele é mais auditivo, terá dificuldade e mais lentidão para reconhecer o som. Agora se for mais visual, ele terá dificuldade no processamento visual. Existem dois tipos de dislexia, mas a maioria dos casos se apresentam de forma mista” complementa Maria.
O problema de visão apresentado, muitas vezes, pode ser confundido com problemas comuns encontrados na oftalmologia. Sua visão apresenta vários borrões. No entanto, existem técnicas que podem amenizar essa situação. Nesse caso, os computadores podem ser muito úteis. Através deles o disléxico pode escolher o tamanho e a forma das letras que sejam mais confortáveis para a sua leitura, explica Raquel.
A dislexia não tem cura, mas se descoberta e tratada na infância as chances de haver melhoria significativa são maiores. Maria Ângela esclarece que o acompanhamento de um fonoaudiólogo é essencial nessa fase. No caso de um adolescente ou adulto, uma psicopedagoga seria o mais indicado. Se for dectada baixa auto-estima, sugere-se também consultas regulares a um psicólogo.
O apoio e compreensão dos pais trazem diferença no resultado. No primeiro momento é comum eles não entenderem ou até mesmo não aceitarem. “Não existe a visão 'o que o filho pode ser quando adulto, o que ele pode alcançar'. O ser humano, no geral, vai direto à dificuldade”, lamenta Raquel.
Algumas escolas têm trabalhado com a questão da inclusão, diminuindo a rejeição entre os colegas. Mas o conhecimento sobre o assunto ainda é mínimo. Segundo Maria Ângela, muitas escolas ainda não sabem o que fazer. Essa noção é importante para que haja um encaminhamento da criança ao tratamento o mais cedo possível. “As pessoas confundem a dislexia com problemas mentais, com alguma síndrome”, queixa-se Raquel. É importante lembrar que, apesar do disléxico não ser tão bom em uma área específica, ele pode apresentar desenvoltura em outras.“É necessário trabalhar a competência e a habilidade do aluno”, conclui a psicopedagoga.
Fonte: http://abj-noticias.blogspot.com
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