“Na vida só há um modo de ser feliz. Viver para os outros.”
Léon Tolstoi
segunda-feira, 1 de abril de 2013
Ação no próximo domingo em Campinas marca o Dia Mundial de Conscientização do Autismo
Uma caminhada no próximo domingo, dia 07 de abril, marcará o Dia Mundial de Conscientização do Autismo em Campinas. Organizada pelo segundo ano consecutivo por um grupo de país com o objetivo de chamar a atenção da população para este transtorno, formas de detecção e prevenção e tratamento correto, a ação acontece às 9h, com saída do portão principal de entrada da Lagoa do Taquaral e terá o apoio de empresas, autoridades e veículos de comunicação.
O transtorno do Autismo, descrito pela primeira vez em 1943 pelo psiquiatra austríaco Leo Kanner, se manifesta antes dos 3 anos de idade. É mais comum em meninos e causa, em vários graus de intensidade, problemas de comunicação, comportamento e socialização. O autismo, infelizmente, ainda não tem cura. Mas, se descoberto e tratado de maneira correta logo no início, é possível até fazer um autista chegar à faculdade.
Até os anos 1960, o autismo envolvia apenas a dificuldade que certas crianças tinham de manter contatos afetivos. A culpa recaía, de forma equivocada, sobre o comportamento frio e distante de algumas mães. Com os avanços na área de psiquiatria infantil, tal definição precisou ser corrigida e ampliada. Hoje, o que era visto como trauma ou doença passou a ser tratado pelos médicos como transtornos do espectro autista (TEA). Transtorno porque tem várias causas não detectáveis com exames de laboratório. E, no plural, porque o problema se manifesta em diversos graus de intensidade.
O autismo resulta de falhas na comunicação entre as células cerebrais, chamadas neurônios. Isso interfere no funcionamento das áreas que controlam a comunicação e a linguagem, a capacidade de interação e o comportamento. Há várias causas que podem levar a esse "defeito", como desarranjo biológico na formação do cérebro, infecções e traumas durante ou após a gestação, que acabam afetando o sistema nervoso central do bebê. Também se descobriu que existem mais de 100 genes envolvidos, interferindo de forma ainda pouco compreendida.
Entre as indicações clássicas estão os movimentos repetitivos com o corpo e as mãos, aversão ao toque, apatia e dificuldade de manter o contato olho no olho. Mas há outras: crianças com 1 e meio a 2 anos que não falam, hipersensibilidade a certos sons, ecolalia (só fala por meio da repetição de frases que ouviu), tendência ao isolamento, fascinação por água, irritação ou agressividade quando são contrariados ou saem da rotina, hábitos alimentares e interesses restritos.
Há casos mais graves, em geral associados ao retardo mental, e aqueles que passam despercebidos até pelos médicos. Estes constituem 20% a 30% dos autistas; são pessoas inteligentes, capazes de falar e com alto potencial de aprendizado. São classificados como portadores da síndrome de Asperger, homenagem ao pediatra austríaco Hans Asperger, primeiro a identificar, em 1944, crianças autistas inteligentes.
Pais cujos filhos apresentam um dos sinais citados devem levá-los a um psiquiatra infantil, profissional habilitado a diagnosticar e tratar do transtorno no Brasil. Ainda existem poucos centros de referência em diagnóstico e tratamento no país, como o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP, com o Projeto Autismo.
Segundo Rosana Leh Dias, uma das organizadoras da caminhada em Campinas, esta ação ainda é feita de forma informal sem apoio de órgãos público ou privado. “Até o ano passado, contávamos apenas com a boa vontade das mídias para a cobertura do evento. Neste ano, empresas como O Joe & Leo´s Campinas passaram a nos apoiar e esperamos que isso desperte a atenção de outros empresários da cidade e da região” A ideia, explica Rosana, é despertar nas autoridades e na própria comunidade a importância de um olhar mais atento e desenvolvimento de políticas regionais voltadas para o acompanhamento e tratamento dos portadores de deficiências, de forma a amenizar o sofrimento e o preconceito que ainda existem para com estas pessoas.
De acordo com o diretor do Joe & Leo´s Campinas, Carlos Américo Louredo, é possível mudar o quadro atual de descaso e preconceito para com os portadores e, até mesmo, abrir as portas das empresas para estas pessoas, inserindo-as no mercado de trabalho e na vida social. “Estamos estudando junto com um grupo de país de portadores qual a melhor forma de inseri-los no mercado de trabalho, a começar pela nossa própria unidade”, disse.
Fonte:http://maisexpressao.com.br
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