“Na vida só há um modo de ser feliz. Viver para os outros.”

Léon Tolstoi

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A leitura e a escrita para pessoas com Síndrome de Down


Tradicionalmente as pessoas com Síndrome de Down não sabiam ler nem escrever. Pensava-se que não eram capazes e, portanto, não lhes ensinavam.

No final dos anos 60 e início dos 70, havia peritos em educação especial que argumentavam que era impossível ensinar às pessoas com deficiência mental a ler. Falavam do QI (Quociente de Inteligência) necessário para se poder ler. No final da década de 70, o professor José Pérez Marina propôs um método, denominado “Esperança”, para alunos que tivessem um QI superior a 50.

Durante os anos 80 e 90, foram surgindo diferentes teorias, que não só admitiam a possibilidade das pessoas com síndrome de Down aprenderem a ler, mas também reconheciam as vantagens do ensino precoce da leitura.

Sue Buckley, professora da Universidade de Portsmouth e diretora do Centro Sarah Duffen, começou, nos anos 80, a investigar um método de leitura para as crianças com Síndrome de Down. Ela constatou que essas crianças eram capazes de aprender a reconhecer as palavras aos 30 meses de idade, e que a leitura também as ajudaria a desenvolver sua linguagem e a área cognitiva.

Na Espanha, são vários os programas que têm surgido de leitura precoce. Maria Victoria Troncoso foi pioneira nesse país, começando a trabalhar nessa direção já nos anos 80. Inspirados em suas teorias, outros autores realizaram diferentes programas, ainda que as diferenças com sua mestra fossem poucas. Todos eles coincidem sobre a necessidade de alguns requisitos prévios para a leitura. Estes pré-requisitos, diferente do que tradicionalmente se sustentava, não são tão complexos.

Pré-requisitos para leitura e escrita:

Um nível mínimo de atenção, que pode ser o necessário para olhar uma ilustração.
Um nível de memória em curto prazo, que lhe permita reter uma informação durante alguns segundos. Pouco a pouco este nível irá aumentando.
Um nível compreensivo que pode constar de 50 palavras usuais, além de algumas instruções verbais, como “olhe”, “pegue”, “me dê”.
Um mínimo de expressão por meio da linguagem, que não necessariamente tem que ser oral. Quer dizer, a criança pode comunicar-se com sinais ou gestos.
Uma discriminação visual que lhe permita diferenciar uma imagem de outra.
Uma discriminação auditiva que lhe permita diferenciar uma palavra de outra, ainda que confunda as palavras semelhantes.
Certos hábitos de trabalho que permitam a criança manter-se sentada, atendendo às solicitações feitas.

Do que foi apresentado se concluiu que, na atualidade, os métodos de leitura destinados a crianças com necessidades educativas especiais não consideram imprescindíveis:

O conhecimento do esquema corporal
A estruturação espacial
A estruturação temporal
A função simbólica
Um alto nível de expressão e compreensão por meio da linguagem

Ao mesmo tempo, está-se comprovando que o ensino da leitura para crianças mais novas tem efeitos benéficos no desenvolvimento da linguagem. Por outro lado, não se ensina a leitura paralelamente à escrita, pois a última exige um desenvolvimento adequado de habilidades motoras finas que aparecem mais tarde.

Fonte:http://www.indianopolis.com.br

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