“Na vida só há um modo de ser feliz. Viver para os outros.”
Léon Tolstoi
sábado, 25 de maio de 2013
“É a partir do brincar que a criança aprende a agir”, afirma educadora
Por Flávio Aquistapace
Mobilização promove atividades em todo o país em torno do direito ao brincar.
Para ressaltar a importância do brincar na sociedade, acontece esta semana, por todo país, uma série de atividades gratuitas voltadas à mobilização por este direito, assegurado no artigo 16 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Iniciada no dia 19 de maio e com atividades previstas até o mês de junho, a Semana Mundial do Brincar reúne pais, educadores, representantes do poder público e da sociedade civil em torno da promoção e qualificação do tempo destinado ao brincar na infância.
“É essencial que a criança tenha espaço para se descobrir, em contato consigo e explorando o entorno. Neste contexto, nosso desafio é conscientizar os adultos para que cuidem do acesso a este espaço”, explica a gestora institucional da Aliança pela Infância no Brasil, rede organizadora da campanha, Giovana Barbosa de Souza.
Com oficinas temáticas e lúdicas, piqueniques coletivos, brincadeiras e debates com educadores, a programação - autogerida e aberta à comunidade – ocupa diversos locais, como parques e praças públicas, e também as unidades do Sesc situadas no estado de São Paulo. Em seu quarto ano, a Campanha promove atividades “em mais de 53 municípios, além da programação diária no Parque do Ibirapuera, inclusive com brincadeiras para diferentes idades, com propostas intergeracionais”, explica Giovana.
Tempo livre
A participação dos adultos nas brincadeiras com as crianças, mediando as atividades lúdicas, é um dos principais focos da campanha. Para a educadora especialista em docência universitária em formação brincante, Ruth Elisabeth de Martin, as interações lúdicas entre as crianças ou delas com os adultos “promovem o vínculo de gerações através da transmissão de valores e cultura, proporcionando alegria e prazer”.
Sobre este aspecto, Giovana ressalta a importância de “não preencher a vida das crianças com excesso de atividades”, garantindo o tempo livre necessário à exploração do mundo facultada pelo brincar.
A educadora Ruth também observa que com o crescimento dos centros urbanos e a agenda complexa que muitas crianças cumprem, nem sempre a sociedade se preocupa em garantir o direito ao brincar. “Cabem aos governos, educadores, pais e adultos contemplar os espaços lúdicos”.
Ela avalia que “é a partir do brincar que a criança aprende a agir”, salientando que ao assumir personagens e incorporar diferentes papeis, a criança “aprende a tomar decisões, a compreender melhor os valores de sua cultura, a entender a cultura de seus parceiros, fazer combinados, lidar com situações de ganhar e perder, enfim, a se fazer respeitar e a respeitar o próximo”.
Brincar na escola
Um dos destaques quando o tema brincar vem à tona é o apelo à imaginação proporcionado pelos brinquedos. “O brinquedo, visto como objeto, como suporte da brincadeira, permite à criança criar, imaginar e representar a realidade e as experiências por ela adquiridas. Proporciona a criação, por parte da criança, e também é fruto da sua imaginação”, acrescenta Ruth.
Atividade realizada também na escola, Ruth acredita que os professores têm a possibilidade de bordar os valores e a cultura de uma sociedade por meio do brincar. “O educador é aquele que cria as oportunidades, oferece materiais e participa das brincadeiras, mediando a construção do conhecimento”. Ela defende ainda que o uso materiais lúdicos em sala de aula pode contribuir para desenvolver a aprendizagem de maneira mais criativa, prazerosa e sociável.
Fonte: http://portal.aprendiz.uol.com.br
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