“Na vida só há um modo de ser feliz. Viver para os outros.”
Léon Tolstoi
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Processo de socialização do homem através da educação
Ao longo dos tempos o homem vem exercendo um papel importante no desenvolvimento de teorias físicas, biológicas, sociais, culturais, como forma de compreender melhor o mundo que o cerca. Ele é, antes de tudo, ser de necessidade, pois como um ser sociocultural, por excelência, aprimora de maneira dinâmica os conceitos referentes à sua participação na construção de uma sociedade cada vez mais globalizada. Com o seu comportamento o homem infere e interfere nas transformações socioculturais ocorridas no decurso da história da humanidade. Ele não pode ser em hipóteses alguma, alheio a essas mudanças, nem tão pouco se afastar de seu papel primordial, como ser histórico e cultural que é. Isto deve servir para uma análise reflexiva do contexto atual em que vive, bem como a busca de conhecimentos nitidamente duradouros e sólidos, que possam contribuir para a equiparação de todos os membros da sociedade. Sendo o homem um ser sociocultural planifica através de suas ações tendências culturais antes tidas com absolutas, relativamente postas em um paralelo, não dissolvidas totalmente, mas aprimoradas, reconstruídas aos moldes de cada realidade vivida.
“O homem não é sociável por natureza e só logra sê-lo por educação.” É o que dizia um grande filosofo, explicitada de forma bem acentuada, pois o homem vai adquirindo sociabilidade ao longo de sua vida, à medida que vai sendo educado para isso. A sua relação com os outros, deve ser antes de qualquer coisa, de reciprocidade, pois a sua convivência só é possível em virtude da submissão dos indivíduos. Sem dúvida percebe-se que o comportamento humano é mutável conforme as variações culturais de cada sociedade, ele é ao mesmo tempo sujeito ativo e passivo, suscetível ao meio em que vive.
É claro e isso não deve fugir dos parâmetros sociais, ninguém poderá viver totalmente isolado, até poderá, mas dificilmente sobreviverá. Esta relação de convívio começa a ser construída a partir do nascimento. Influenciado pelo ambiente em que vive o homem tende e tem a necessidade de viver em sociedade. Coopera significamente para edificação das relações ocorridas no seio da sociedade, pois ao atuar eficazmente é senhor de suas escolhas e decisões, tanto em relação ao convívio com os outros, como na convicção de seus próprios ideais.
Portanto o homem vai moldando a sua experiência de ser sociocultural e indivíduo parte integrante da sociedade a aspectos que envolvem desde a sua participação efetiva a significativa na busca de soluções para os conflitos sociais existentes, perpassando fatores de extrema importância para o condicionamento de sua identidade, tanto humana como social, levando-o ao desenvolvimento de suas reais necessidades.
Quando nascemos, não nascemos sabendo das coisas. Vamos aprendendo ao longo do nosso processo de socialização. O homem por si só não adquire esse conhecimento, necessário para fazê-lo um ser social, mas adquire por meio de um processo social, tornando-o capaz de desenvolver suas capacidades físicas, intelectuais e morais. Este conhecimento adquirido é construído respeitando etapas, superando deficiências de ordem natural e cultural. Pois segue certos padrões, normas que o enriquecem acompanhado de uma linha lógica de pensamento. Ao longo desse processo o homem enquanto ser individual também, se depara com situações normalmente de caráter sociológico que o faz empregar esforço contínuo na compreensão dos valores existentes, e isto graças a sua hereditariedade.
A sociologia como ciência social que é, tem um duplo papel: aumentar o conhecimento que o homem tem de si e da sociedade e contribuir para a solução dos problemas que enfrenta. Já a educação como processo social global que ocorre em toda sociedade, abre horizontes para a compreensão da vida social em si. Ambas trilham um caminho de extrema importância para o desenvolvimento de todo contexto cultural. As duas coexistem para fazer frente aos anseios do homem, que busca constantemente o resgate de sua dignidade enquanto ser humano. É utopia pensar que todos os problemas sociais se resolvem pela educação, mas é certo que ela representa uma condição indispensável para resolvê-lo. À luz dos sistemas sociais, citando aqui como referência a sociologia da educação, com base em estudos da realidade social, permite que se compreenda o papel da educação na sociedade, e tendo isto como base que se façam reformas educacionais urgentes.
Não podemos acreditar que vamos educar nossos filhos do jeito que queremos. Há costumes pelos quais somos obrigados a nos conformar. Ideias e costumes que determinam o tipo de educação que recebemos quando crianças, não fomos nós que criamos isto, isto é fruto da vida em comum. A essa herança cultural que recebemos acrescentamos coisas novas. Em toda sociedade o sistema educativo se apresenta sob um duplo aspecto, ao mesmo tempo uno e múltiplo, homogêneo e diferenciado. O que acabamos de citar foi um exemplo de educação enquanto função homogênea. Sabendo que não há uma única forma nem um único modelo de educação, dizemos que esta é diferenciadora. Tomemos como outro exemplo a Grécia, onde a educação dos senhores não era a mesma dos escravos.
Portanto qualquer que seja a importância de um desses sistemas educativos, eles não constituem toda a educação, não se bastam a si próprios. Não há povo que não exista um numero certo de idéias, sentimentos e de práticas que a educação deve inculcar a todas as crianças, indistintamente, seja qual for à condição social do qual faça parte.
Fonte: http://focoeducativo.blogspot.com
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