“Na vida só há um modo de ser feliz. Viver para os outros.”

Léon Tolstoi

sábado, 29 de junho de 2013

Programa pioneiro para estudantes com deficiência auditiva - SESI

Uma nova tecnologia para auxiliar o aluno com deficiência auditiva a entender o que é ensinado em sala de aula está sendo adotada na rede escolar do Sesi-SP. O Sistema FM, equipamento sem fio que transmite a fala do professor sem interferências para o aluno com surdez parcial ou total, é usado por 58 estudantes em 52 escolas da rede instaladas no estado. “Esse receptor alcança até cinco metros de distância e diminui as interferências do ambiente, eliminando os ruídos externos”, explica Soraia Romano Soares, fonoaudióloga e supervisora da área de saúde e inclusão escolar do Sesi-SP. A especialista completa que a maior dificuldade do aluno que utiliza aparelhos contra a surdez é o fato de escutar todos os sons ao mesmo tempo, o que atrapalha o entendimento em sala de aula. “O sistema permite que o professor use um microfone e que sua fala seja transmitida diretamente para o dispositivo acoplado ao aparelho auditivo do estudante”, completa. A necessidade de atender esse grupo de alunos surgiu em 2009, quando uma mãe percebeu a dificuldade de aprendizado de sua filha. “O Sesi-SP realizou uma avaliação fonoaudiológica para acompanhar o desempenho de seus alunos e verificou que os estudantes já adaptados ao aparelho auditivo, e que usavam a fala para se comunicar, seriam beneficiados com essa tecnologia porque se integrariam ao grupo por compreender os colegas de classe, além do professor”, complementa Soraia. “Pesquisamos sobre os recursos possíveis, avaliamos os estudantes com problemas de audição e percebemos que a maioria era oralizada. Uma das empresas especializadas apresentou o Sistema FM, que é importado da Suíça e adequado para esses estudantes.” Após um período de testes, o Sesi-SP verificou a eficácia do equipamento e deu andamento ao projeto de inclusão. Com a tecnologia implantada, foi observado um movimento de apoio ao estudante com deficiência auditiva. “Os próprios colegas fazem o possível para ajudar o amigo surdo e ficam satisfeitos quando percebem que são compreendidos”, conclui Soraia. O Sesi-SP possui 60 aparelhos, sendo que um deles está emprestado para o SENAI de Limeira, no interior. “Um aluno do Sesi-SP passou a estudar no Senai-SP e o Sistema FM continuou beneficiando esse estudante. Não podia ser diferente frente aos progressos observados no aprendizado”, termina Soraia. Fonte: http://www.sesisp.org.br

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Síndrome de Down - - Dificuldades enfrentadas pela sociedade, na família e as suas constantes lutas.

Por Débora Ciotto, Eliane Severina da Silva Gomes e Maristela Regina Brochetto
Frequentemente solicitam descrever a experiência de dar à luz a uma criança com deficiência - Uma tentativa de ajudar pessoas que não têm com quem compartilhar essa experiência única a entendê-la e imaginar como é vivenciá-la. Seria como? Ter um bebê é como planejar uma fabulosa viagem de férias - para a Itália! Você compra montes de guias e faz planos maravilhosos! O Coliseu. O Davi de Michelangelo. As gôndolas em Veneza. Você pode até aprender algumas frases em italiano. É tudo muito excitante. Após meses de antecipação, finalmente chega o grande dia! Você arruma suas malas e embarca. Algumas horas depois você aterrissa. O comissário de bordo chega e diz: - Bem Vindo à Holanda. - Holanda? – Diz você – O que quer dizer com Holanda? Eu escolhi a Itália! Eu devia ter chegado à Itália. Toda a minha vida eu sonhei e, conhecer a Itália! Mas houve uma mudança de plano vôo. Eles aterrissaram na Holanda e é lá que você deve ficar. A coisa mais importante é que eles não te levaram a um lugar horrível, desagradável, cheio de pestilência, fome e doença. É apenas um lugar diferente. Logo, você deve sair e comprar novos guias. Deve aprender uma nova linguagem. E você irá encontrar todo um novo grupo de pessoas que nunca encontrou antes. É apenas um lugar diferente. É mais baixo e menos ensolarado que a Itália. Mas após alguns minutos, você pode respirar fundo e olhar ao redor, começar a notar que a Holanda tem moinhos de vento, tulipas e até Rembrants e Van Gogh. Mas, todos que você conhece estão ocupados indo e vindo da Itália, estão sempre comentando sobre o tempo maravilhoso que passaram lá. E por toda sua vida você dirá: - Sim, era onde eu deveria estar. Era tudo o que eu havia planejado! E a dor que isso causa nunca, nunca irá embora. Porque a perda desse sonho é uma perda extremamente significativa. Porém, se você passar a sua vida toda remoendo o fato de não ter chegado à Itália, nunca estará livre para apreciar as coisas belas e muito especiais sobre a Holanda. (Bem Vindo à Holanda, por Emily Perl Knisley, 1987) A primeira reação dos pais quando sabem que seu filho terá S.D, vem de encontro com o susto seguido de medo e choro. Alguns vivem o Luto por algum tempo, pois acredita que isso não vai acontecer, a possibilidade existe, mas, nunca pra pessoa que recebe a notícia. Logo pensamentos surgem: Por que comigo? Será que meu filho vai andar? Será que vai depender de mim o resto da vida? Será que vai falar? Outros se agarram ao “problema” como forma de união da família. Assim saem do luto e vão á luta da vida. A vida, na maioria das vezes, tem que ser remanejada e planejada novamente. As crianças se sentem mais seguras quando nós confiamos nelas, em seu potencial. Um simples pegar de mãos ou um olhar pode mudar uma vida toda. - Titia, diga-me alguma coisa, estou com medo porque está muito escuro. - O que isso adiantaria, já que você não pode me ver? - Não faz mal: quando alguém fala, fica claro. (Mannoni, 1988) Há muito tempo atrás termos como mongolóide (mongolismo) e retardado eram empregados á crianças com S.D. Outras pessoas, que não eram consideradas Down, não chegavam perto dessas, havia o preconceito da baba (saliva) que eles produziam, do cheiro, pois, era tratados em condições sub-higiênicas, eram amarrados, isolados e tratados como doentes. Antigamente a medicina era tão escassa que muita das vezes era as mães, depois de certo tempo que a criança nascera que identificava que havia algo diferente. Geralmente observavam que a criança não conseguia caminhar e sentar sozinhas e que seu estereótipo era diferenciado. Segundos fontes do IBGE (2012), o Brasil possui um grande aumento na quantidade de pessoas com Síndrome de Down, os desafios cada vez mais frequentes impostos à eles, vem sido superados significamente, obtendo resultados positivos, incluindo crianças submetidas a terapias em diversas áreas. As crianças que nascem com S.D tem expectativa de vida, como o de uma pessoa normal. O que não os deixam ser normal é os limites que a sociedade impõe. Esses assustam e discriminam. A criança desde cedo passa a interagir com o mundo que a cerca, e nessa interação, torna-se um constante observador dos outros seres humanos a sua volta, então, passa a organizar seus pensamentos em razão da representatividade do sujeito que lhe é próximo. Uma criança com S.D pode estudar, frequentar escolas de ensino regular, participar de grupos teatrais, danças, alguns fazem academia, nadam e até mesmo trabalham. O que eles precisam é de estímulos. O direito a escola é um direto de todos sem exceção. Para salientar o citado a cima, a Constituição Federal de 1988 em seu artigo 205 nos diz: Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988) Referência: "A ACEITAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DO SÍNDROME DE DOWN NA SOCIEDADE" Trecho extraído da Tese apresentada e aprovada em 2013 ao curso de Graduação em Pedagogia da Faculdade Anhanguera de Valinhos como requisito para obtenção de título.

terça-feira, 25 de junho de 2013

REENCANTANDO A EDUCAÇÃO

Maria Candida Moraes PUC/SP/Brasi
"Na realidade, temos observado que a educação, hoje, vem se apresentando de maneira oposta, privilegiando a cultura da reprovação, a perda da auto-estima, a apatia e o desinteresse. E nos perguntamos, diante da conjuntura atual, será mesmo possível reencantar a educação? Como transformar o ambiente de aprendizagem num lugar de encanto, beleza e magia, um lugar onde prevaleça a criatividade e o cultivo da alegria e de novos valores? Será possível transformar o professor em um educador da felicidade, como pretende Rubem Alves? Será possível transformar a aprendizagem em uma experiência ótima, como pretende o famoso psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi? Como conectar educação com sedução, liberdade, beleza e magia? Mas, com qual paradigma? Com quais referenciais teóricas vamos continuar trabalhando em nossas práticas pedagógicas? Por quanto tempo ainda vamos continuar privilegiando propostas pedagógicas fundamentadas em um modelo de ciência de 300 anos atrás? Necessitamos, mais do que nunca, de um novo modelo educacional que, além de colaborar para a formação do ser, também reconheça a aprendizagem como um processo complexo em permanente construção, que depende das ações e das reações daquele que conhece, que depende do que acontece em sua corporeidade, das mudanças estruturais que ocorrem na organização autopoiética, das influências mútuas entre o indivíduo e o meio onde está inserido. Um paradigma que colabore para a formação integral do ser aprendiz, que seja capaz de aproximar a educação da vida e trazer um pouco mais de vida para dentro de nossas salas de aula." Fonte:http://www.ub.edu/sentipensar

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Os 12 preceitos que levam à mudança de paradigmas no século XXI

Por Romeu Sassaki
COMO ENTENDER E RESPEITAR A PESSOA COM DEFICIÊNCIA 1. Lembre-se de que as pessoas com deficiência são indivíduos próprios. Elas não pertencem a você, à família, aos médicos ou à sociedade. 2. Cada pessoa com deficiência é diferente das outras e que, independente do rótulo que lhe seja imposto para a conveniência de outras pessoas, ela ainda assim é uma pessoa “única”. Não existem duas crianças com síndrome de Down que sejam iguais, ou dois adultos com deficiência auditiva que respondam ou reajam da mesma forma. 3. Elas são pessoas antes de tudo e têm o mesmo direito à auto-realização que quaisquer outras pessoas, no seu ritmo próprio, à sua maneira e por seus próprios meios. Somente elas podem superar suas dificuldades e encontrar a si mesmas. 4. As pessoas com deficiência têm a mesma necessidade que você de amar e ser amado, de aprender, partilhar, crescer e experimentar, no mesmo mundo em que você vive. Elas não têm um mundo separado. Existe apenas um mundo. 5. As pessoas com deficiência têm o mesmo direito que você de fraquejar, falhar, sofrer, desacreditar, chorar, proferir impropérios, se desesperar. Protegê-las dessas experiências é evitar que vivam. 6. Somente as pessoas com deficiência podem lhe dizer o que é possível para elas. Nós, que as amamos, devemos ser observadores atentos e sintonizados. 7. As pessoas com deficiência devem agir por conta própria. Podemos oferecer-lhes alternativas, possibilidades e instrumentos necessários – mas somente elas podem colocá-los em ação. Nós podemos apenas permanecer firmes, e estar presentes para reforçar, encorajar, ter esperanças e ajudar quando possível. 8. As pessoas com deficiência, assim como nós, estão preparadas para viver como desejarem. Elas também devem decidir se desejam viver em paz, com amor e alegria, como são e com o que têm, ou deixar-se ficar numa apatia lacrimosa, esperando a morte. 9. As pessoas com deficiência, independente do grau, têm um potencial ilimitado para se tornar não o que nós queremos que sejam, mas o que elas desejam ser. 10. As pessoas com deficiência devem encontrar sua própria maneira de fazer as coisas – impor-lhes nossos padrões (ou os da cultura) é irreal e até mesmo destrutivo. Existem muitas maneiras de se amarrar os sapatos, beber em um copo, chegar até o ponto do ônibus. Há muitas formas de se aprender e se adaptar. Elas devem encontrar a forma que melhor se lhes ajuste. 11. As pessoas com deficiência também precisam do mundo e das outras pessoas para que possam aprender. O aprendizado não acontece apenas no ambiente protetor do lar ou em uma sala de aula, como muitas pessoas acreditam. O mundo é uma escola, e todas as pessoas são professores. Não existem experiências insignificantes. Nosso trabalho é agir como seres humanos afetuosos, com curativos emocionais sempre prontos para uma possível queda, mas com novos mapas à mão para novas aventuras! 12. Lembre-se de que todas as pessoas com deficiência têm direito à honestidade em relação a si mesmas, a você e a sua condição. Ser desonesto com elas é o pior serviço que alguém pode lhes prestar. A honestidade constitui a única base sólida sobre a qual qualquer tipo de crescimento pode ocorrer. E, acima de tudo, lembre-se de que elas necessitam do que há de melhor em você. A fim de que possam ser elas mesmas e que possam crescer, libertar-se, aprender, modificar-se, desenvolver-se e experimentar, você deve ter essas capacidades. Você só pode ensinar aquilo que sabe. Se você é aberto ao crescimento, ao aprendizado, às mudanças, ao desenvolvimento e às novas experiências, permitirá que elas também o sejam. Declaração de Manágua “Queremos uma sociedade baseada na igualdade, na justiça, na equiparação e na interdependência, que assegure uma melhor qualidade de vida para todos, sem discriminação de nenhum tipo, que reconheça e aceite a diversidade como fundamento para a convivência social. Uma sociedade onde o primeiro direito seja a condição de pessoa, de todos os seus integrantes, que garanta sua dignidade, seus direitos humanos, sua autodeterminação, sua contribuição à vida comunitária e seu pleno acesso aos bens sociais. Fonte: arivieiracet.blogspot.com.br

Inclusão de autistas na escola não existe, dizem especialistas e parentes

Inclusão de autistas na escola não existe, dizem especialistas e parentes Por FLÁVIA VILLELA
Está na lei, mas o direito das crianças autistas de estudar em escolas regulares com a atenção devida é ainda um sonho distante, segundo especialistas e parentes de estudantes autistas. Para a fundadora da Associação Mão Amiga, Mônica Accioly, a inclusão dessas crianças nas escolas é pontual. “Depende da relação que a criança estabeleça naquela escola com a professora, com a diretora, com a coordenadora. A escola tem que ter um projeto de inclusão e isso praticamente não existe”. Segundo ela, existe boa vontade e só. “E boa vontade é pouco para uma criança que precisa de um trabalho diferenciado”. Mônica desenvolve na associação trabalhos com crianças autistas e suas famílias e conhece bem a realidade desses alunos que fazem peregrinações por instituições de ensino, sobretudo no ensino médio. “Quando chega o sexto ano, [a criança tem contato com] quatro, cinco, professores por dia. É um esforço imenso para o autista, pois exige um nível de organização alto. Mas, na verdade, com pequenas adaptações, simples até, o próprio professor poderia ajudar a criança a organizar sua rotina”, disse ela, citando como exemplo uma lista com as tarefas do dia, que poderia ser colada na carteira do aluno. Cansada de buscar uma escola que acolhesse o neto autista, a pedagoga Regina Angeiras decidiu criar uma escola que atendesse a toda e qualquer criança. A escola Divertivendo, na zona sul do Rio, desenvolve há sete anos um projeto para crianças com déficit intelectual e crianças sem nenhum problema de aprendizado. “As escolas que se dizem inclusivas, na verdade, apenas abrem suas portas”, disse. Para Regina, uma escola verdadeiramente inclusiva deve, em primeiro lugar, ter poucos alunos em sala de aula. Ela explicou que o número reduzido dos alunos em sala é o primeiro passo, já que são necessárias avaliações diferentes, cada um deve ser olhado individualmente e há atividades específicas para suas dificuldades, seja ele autista ou não. “Não dá para a professora fazer esse trabalho com 20 crianças em sala de aula. Não dá para escrever no quadro e apagar em seguida, por exemplo, pois cada um tem seu tempo”. Na escola que ela dirige, a média é oito crianças em sala. Do total de alunos, 15 têm algum tipo de dificuldade cognitiva e desses, dez são autistas. Apenas quatro alunos não têm nenhuma dificuldade de aprendizado. “Não era assim, mas infelizmente os próprios pais que têm filhos com [necessidades especiais] não deixam na mesma escola os irmãos que não têm”. Segundo Regina, uma escola inclusiva precisa elaborar uma adaptação do currículo e investir seriamente na formação específica dos docentes. “Não adianta apenas aceitar a criança olhando para o teto em sala de aula. A escola deve estar preparada com um projeto pedagógico”. Regina explicou que para o autista é fundamental que ele vivencie todo o processo de aprendizagem. “Trabalhamos com pedagogia de projetos. Se vamos estudar os animais, levamos a turma ao zoológico e tiramos fotos com eles. Quando voltamos, fazemos os trabalhos com as fotos deles. E na avaliação sobre a experiência no zoológico, está lá a foto. Se não vivenciarem, fica tudo muito distante para eles”. Regina ressaltou que há casos graves, em que não adianta o autista frequentar a escola. “Não há regra, mas há casos em que a criança realmente não vai aproveitar aquele ambiente”. Em Manaus Em Manaus, será inaugurado o Centro Municipal de Atenção Integrada ao Autista, o espaço foi criado para oferecer serviços socioassistencias e de saúde a pessoas com autismo, através de uma equipe multidisciplinar de profissionais trabalhando em conjunto, fruto da interação entre as secretarias municipais de saúde, educação e assistência social. São assistentes sociais, psicólogos, professores de educação especial, educação física adaptada, pediatras, fisioterapeutas, odontólogos – todos profissionais prontos para proporcionarem um tratamento digno e com responsabilidade. O evento acontecerá nesta terça-feira (2) às 15h, o Centro esta Localizado no bairro Alvorada II (rua 18, nº 380). Além da inauguração do centro, a semana de 02 a 07 de abril será a “Semana Municipal de Conscientização sobre o Autismo”. A Semana será repleta de outras ações, como um ciclo de palestras dirigidas a profissionais que lidam com o autismo, professores e alunos; atividades recreativas no complexo André Vidal; além do lançamento da Iluminação de Monumentos – a cor do autismo – na fachada da Prefeitura de Manaus e de diversos monumentos e prédio público na cidade. O objetivo é incentivar a discussão e a conscientização sobre o autismo na sociedade, além de tornar a semana um evento permanente no calendário do município. Outro fator importante desta semana é que todas as ações foram tomadas após discussão com entidades que lidam diretamente com o tema em Manaus. A prefeitura de Manaus se preocupa em atuar em rede com estas entidades, estabelecendo uma parceria mútua para que a população com autismo da cidade de Manaus seja realmente atendida da melhor maneira possível. Fonte:http://acritica.uol.com.br/noticias

domingo, 23 de junho de 2013

Cérebro de autistas percebe movimentos mais rápido

Sensibilidade ajuda a explicar a irritação de pessoas com o transtorno em ambientes cheios e barulhentos Por Marcela Bourroul
Crianças autistas percebem movimentos duas vezes mais rápido do que crianças sem o transtorno. Essa foi a conclusão de um estudo publicado este mês no Journal of Neuroscience, importante publicação científica americana. A descoberta pode parecer estranha, mas ela dá pistas fundamentais para explicar alguns comportamentos típicos de autistas. Segundo o cientista Duje Tadin, professor de ciências cognitivas na Universidade de Rochester e um dos autores do estudo, essa maior sensibilidade a movimentos pode justificar porque os autistas ficam tão incomodados com muito barulho ou claridade. Ela também pode estar associada a déficits comportamentais. “Vemos o autismo como um distúrbio social porque crianças com essa condição geralmente têm dificuldade de interagir, mas, às vezes, deixamos de lado o fato de que tudo o que sabemos sobre o mundo, sabemos a partir de nossos sentidos. Se uma pessoa vê ou ouve de maneira diferente isso pode ter um efeito relevante na interação social”, afirmou Tadin em nota divulgada pela universidade. Estudos anteriores já haviam mostrado uma maior sensibilidade de visão dos autistas, mas este é o primeiro a avaliar a percepção de movimento. O estudo contou com a participação de 20 crianças autistas e 26 crianças com o desenvolvimento normal. Os autores pediram que elas assistissem vídeos nos quais barras brancas e pretas se mexiam e indicassem para qual direção as barras estavam indo (esquerda ou direita). Imagens mostradas para as crianças: com pouco contraste (esq.)e contraste acentuado (dir.)
Se a criança acertasse, o vídeo seguinte era mais curto, aumentando o grau de dificuldade. Se errasse, era mostrado um mais longo. Dessa maneira, os pesquisadores mediam a velocidade com que a criança era capaz de perceber a direção das barras. No caso dos vídeos com pouco contraste (pouca diferença entre barras brancas e pretas), os dois grupos de crianças tiveram desempenho similar. No entanto, com o contraste mais alto (diferença acentuada entre branco e preto) os autistas identificaram a direção duas vezes mais rápido que o grupo controle. “Essa capacidade dramaticamente melhor de perceber movimentos é uma pista de que o cérebro de pessoas com autismo continua respondendo mais e mais conforme a intensidade aumenta”, explicou em nota Jennifer Foss-Feig, pesquisadora da Universidade de Yale, que também participou do estudo. Esse hiperestímulo também está ligado à epilepsia, um problema muito comum em crianças autistas – estima-se que cerca de um terço dos autistas também sofram de epilepsia. A resposta intensa aos estímulos no autismo também pode ser uma razão para a introspecção dos indivíduos. Fonte: http://revistacrescer.globo.com

Ele só quer estudar

Escolas não podem discriminar qualquer aluno, Mas pais de crianças com necessidades especiais sofrem para matricular seus filhos Texto: Eliana Fonseca | Fotos: Pedro Vilela
Isaac, um adolescente de 13 anos, inteligente e com notas altas, só entendeu a dimensão do que tinha há dois anos, ao ler gibi da Turma da Mônica e descobrir André, um personagem autista. Identificou de imediato suas características com as dele e quando a mãe confirmou a síndrome de Asperger, doença com espectro autista, veio o alívio. Isaac percebeu que não era o único. Quis falar para todo mundo, inclusive para os amigos da escola, porque por vezes entendia as piadas ou comentários brincalhões de forma literal, as dificuldades de sua interação social ou porque agia diferente. Quem sabe, quando seus colegas soubessem, o compreendessem e o aceitassem melhor. O problema é que ao levar a ideia à direção da instituição, a mãe foi mal recebida. Era mais uma tentativa de via crúcis iniciada por longas conversas, reforçada por cartas para oficializar o diálogo, quando viu que estava falando sozinha. A inclusão escolar de crianças e adolescentes com algum tipo de deficiência é amparada por lei há mais de 20 anos, mas não são poucos os pais que têm travado uma guerra para fazer valer os direitos dos filhos estudarem em escolas regulares, principalmente nos ensinos fundamental e médio. É uma situação camuflada em que algumas escolas particulares demoram a dar retorno sobre vagas, desistem do estímulo ao aluno, forçam situações para que os pais acabem optando por tirar o filho da escola. Nas instituições públicas, o bullying, o não acompanhamento adequado e testes não adaptados são algumas das maiores reclamações dos pais. A empresária Kátia Heroína tentou matricular o filho Andrei, 7, com síndrome de Down, em nada menos do que 15 escolas particulares. Em algumas delas, está esperando por um telefonema até hoje, em outras recebeu um não direto, em todas ofereceu para pagar, do próprio bolso, uma estagiária – garantida em lei e que, portanto, com custo arcado pela escola – para acompanhar o filho. Nos anos anteriores, Andrei estudou em uma instituição que adorava, mas gradualmente, segundo a mãe, a falta de preparo ficou clara e ele começou a ser excluído das excursões, a ficar isolado. A gota d’água foi quando Kátia insistiu com a escola para que o filho repetisse o terceiro período infantil, por não considerar sua evolução escolar compatível com a próxima etapa de estudo, o que foi confirmado por laudo de especialistas. A instituição bateu o pé e disse que só o aceitaria se fosse matriculado no ensino fundamental. A queda de braços terminou com Kátia chegando com o filho para um dia de aula e sendo avisada que nenhum professor, tampouco coordenador estava na escola. Todos ensaiavam para a formatura. Não havia ninguém para cuidar de Andrei. “Chamei a polícia, fui à delegacia especializada, fiz boletim de ocorrência. Nada aconteceu com a escola até hoje. Por que há uma lei que não é cumprida? Quando fui este ano às escolas, mesmo falando da lei, ninguém se intimidou na negativa. Uma diretora chegou a falar que já tinha outros três processos por causa de inclusão escolar”, conta Kátia. Preocupados com os casos de Kátia, de Isaac e de tantos outros que são denunciados diariamente, uma equipe de profissionais da educação e da saúde de Belo Horizonte criou o Fórum de Inclusão Escolar. É uma forma de não só debater as dificuldades de inserção, como também dar visibilidade à questão. A psicopedagoga e psicanalista Cristina Silveira, que integra o Fórum, afirma que o primeiro impacto no grupo foi a percepção de que as escolas privilegiam um discurso de aceitação à diversidade, embora não incorporem mudanças em sua rotina, ou seja, não se modificam para dar conta das especificidades de aprendizagem e desenvolvimento de todos os alunos. Cristina observa que, se as escolas se adequaram à acessibilidade arquitetônica e física em obediência à Constituição e às leis federais, o mesmo não ocorreu com a educação inclusiva. O descumprimento fica evidente. “Nos fóruns, detectamos várias dificuldades para a efetiva inclusão, como a falta de empenho da escola no processo de alfabetização dos deficientes”, diz Cristina. Essa é apenas mais de uma dezena de problemas. Entre eles, a exigência das escolas de maior porte de autonomia e independência das crianças deficientes, o que dificulta sua efetiva inclusão e aprendizado; falta de preparo e atualização dos professores para as necessidades pedagógicas desses alunos, além de falhas e equívocos nos sistemas de avaliação e falta de política para identificação e contenção do bullying. O reflexo maior na vida do estudante é que a escola não cumpre o seu papel e isso gera uma série de perdas, as principais delas são que o aluno não desenvolve o seu potencial, perde na socialização e o pior, vai ser objeto de bullying dos colegas. “A escola faz parte das crianças e a função delas é ser estudante. E para as crianças que têm alguma deficiência ou dificuldade, a escola não é o lugar de aprender. Faz parte do tratamento”, analisa o psiquiatra Walter Camargos, que também integra o Fórum de Inclusão Escolar. Para ele, essas pessoas precisam que o sistema seja modificado. “Na escola tradicional, a criança é que se adapta à escola. Já no caso da pessoa com dificuldade, é a escola que tem que se adaptar para que ela consiga desenvolver todo o seu potencial cognitivo.” Se fossem cumpridas e fiscalizadas, as leis que amparam a educação inclusiva fariam do país referência no mundo. Não é o caso. O juiz Michel Curi diz que, apesar de a legislação definir crimes e prever reclusão de um a quatro anos, além de multa, para quem recusar, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino, as instituições públicas e privadas não cumprem o que determina a lei. “É lamentável que isso ocorra, mas é o que vem acontecendo. Ante o descumprimento, vemos um processo de judicialização, em que os cidadãos ajuízam uma ação para fazer valer o seu direito.” Ele afirma que, como essas questões não podem esperar até o final do processo, são concedidas liminares ou medidas de urgência e cautelares para que as crianças possam voltar à sala de aula.
O próprio Curi reconhece que a judicialização está longe de ser o ideal para esses casos. A defensora pública Fernanda Cristiane Fernandes Milagres afirma que o primeiro caminho é a tentativa de diálogo entre os pais e escola. Se houver uma negativa, a família que tem o perfil de atendimento da Defensoria Pública, pode procurar orientações. A primeira ação é extrajudicial, quando o órgão chama a escola para esclarecimentos e, se for o caso, pode marcar mediação. Os pais que têm procurado a Defensoria Especializada de Proteção ao Idoso e Pessoa com Deficiência chegam com diversos tipos de reclamação. A principal é que não há uma negativa direta, mas a escola faz teste de triagem em que esses alunos não conseguem a aprovação. Esses testes são passíveis de questionamento. “Mas nosso principal objetivo é efetivar um diálogo, porque o maior prejudicado em embate judicial é o próprio aluno. Se não conseguirmos solucionar dessa forma, aí há encaminhamento para medidas mais graves”, afirma a defensora. A mãe de Isaac, a funcionária pública Ruth Mara de Oliveira Gomes, fez de tudo para efetivar um diálogo com a escola. Primeiro, seu filho sofreu bullying – tinha a mochila jogada no lixo, chegava arranhado, não conseguia comer o lanche, porque era tomado pelos colegas. “Tentei conversar com professores, coordenadores, mas nada adiantou.” A mudança para outra escola com um trabalho em educação inclusiva parecia ser a solução, mas eis que a profissional responsável pela área foi demitida pouco tempo depois. Isaac voltou a sofrer bullying também dos colegas da nova escola. “Pedi à psicopedagoga do meu filho que fosse à escola e se reunisse com professor e coordenadores. Depois fiz uma carta relatando tudo o que o meu filho estava passando. Por fim, propus uma conversa franca em sala de aula, com o consentimento de Isaac, para que os colegas soubessem sobre o Asperger”, conta Ruth. Teve resposta zero. O próprio Isaac chegou a comentar com a mãe que não acreditava em mudanças, já que os colegas que o incomodavam não ficavam nem sem o recreio como castigo. O limite veio com agressão a Isaac por um colega e o recebimento de notificação da escola. Ruth ficou indignada porque parecia que a instituição havia se esquecido da tentativa de diálogo. Não teve dúvidas, procurou o Ministério Público, que enviou ofício à escola pedindo esclarecimentos. “A partir dali tudo mudou. Eles conversaram com os alunos da sala do Isaac e a relação do meu filho com eles melhorou muito”, diz. Mas o elo estava quebrado. Ruth procurou outra escola e está encantada com a recepção e o preparo da instituição quanto à educação inclusiva. “Vejo que há escolas que não conseguem implantar a educação inclusiva por falta de interesse.” Ao analisar o estudo inclusivo em BH, Walter Camargos diz que vê um desequilíbrio entre o ensino infantil e o escolar. Para ele, o ensino infantil de crianças de até 5 anos para o processo de inclusão é ótimo na maioria das escolas. “Já o escolar, que é ainda na estrutura antiga, não funciona tão bem. Há uma série de estruturas, movimentos, discussões, discursos maravilhosos, mas na prática, não é tão bom.” No interior, pela experiência e diálogos com profissionais, tem percebido que em algumas cidades o processo de inclusão está fortalecido. Em Belo Horizonte, a Secretaria Municipal de Educação, segundo a coordenadora do Núcleo de Inclusão Escolar da Pessoa com Deficiência, Patrícia Cunha, conta com atendimento educacional especializado, com 59 professores que atendem os alunos com deficiência no turno oposto ao da escola. O profissional elabora um plano individual de atendimento de cada aluno e trabalha com escola e professores. Há também 1.043 auxiliares de apoio à inclusão contratados. Questionada sobre os problemas apontados pela defensora pública Fernanda Milagres quanto a escolas públicas, que diziam respeito ao bullying, ao acompanhamento inadequado e testes não adaptados, Patrícia rechaçou todos. Além da qualificação dos professores que recebem formação básica em educação inclusiva, reforçada com formações específicas por áreas, diz que não há nenhuma tensão ou aceno de preconceito nas escolas e que os testes e avaliações levam em conta todas as orientações desenvolvidas durante o atendimento. “Essa é uma estratégia tanto para que o aluno tenha acessibilidade quanto de orientação do planejamento pedagógico ao longo do ano. Cada aluno é um, por isso a estratégia bem individualizada.” Não é o que uma professora da rede municipal, com 23 anos de experiência na sala de aula e em direção de escola, que prefere não se identificar, relata sobre a experiência que tem tido no local onde trabalha. “É certo que a prefeitura investiu muito em equipamentos, acessibilidade, mas quando se trata de inclusão intelectual, o rei está nu”, analisa. Ela diz que qualquer pai que matricular seu filho numa escola regular não terá projeto específico para a dificuldade de seu filho. “O que os outros estiverem estudando será o que o aluno com algum tipo de deficiência receberá. Minha experiência nesses últimos anos me leva a dizer que esse aluno não terá nenhum tipo de promoção ou avanço intelectual.” A professora diz que as três escolas especiais da prefeitura, a Frei Leopoldo, da Regional Centro-Sul Santo Antônio e de Venda Nova, não podem matricular nenhum aluno com deficiência desde 2006. “O discurso da prefeitura de Belo Horizonte é um, mas a prática é outra. Sei que, diariamente, pais vão até essas escolas tentando matricular seus filhos. Não conseguem. Nossa orientação é que procurem a Justiça, o único meio para efetivar essa matrícula”, conta. No interior, a professora e psicopedagoga Aparecida Miranda Paulino, de Soledade de Minas, no Sul do estado, conta que, por iniciativa própria, começou sua qualificação. Em 2005, fez pós-graduação com ênfase em educação inclusiva e começou implantá-la na escola pública em que trabalhava. O resultado foi ótimo. “As crianças com algum tipo de deficiência passaram a se sentir melhor na escola do que em casa. Esse trabalho proporcionou melhora de autoestima dessas crianças, que, por vezes, só conseguiam se comunicar quando estavam na escola”, diz. Porém, o fato mais desafiante, na opinião de Aparecida, é o convencimento dos professores do potencial dos alunos com deficiência. “A maioria não acredita que aquela criança vá ter desenvolvimento escolar. É preciso investir no professor que tem medo de lidar com a diversidade e está certo, já que não recebe qualquer qualificação ou apoio”, observa. A Secretaria de Estado da Educação foi procurada, mas não retornou até o fechamento desta edição. Fonte: http://www.revistaviverbrasil.com.br

Educação inclusiva beneficia mais de 300 crianças da rede municipal

Há pouco mais de um ano o pequeno Felipe chegou à EM "Hélio Rosa Baldy", do Jardim São Guilherme 3. Junto com as dificuldades e limitações impostas pela mielomeningocele (deficiências múltiplas), o garoto de 7 anos carregava o grande desejo de estudar, de aprender e conviver com outros garotos. Foi recebido pela professora Débora Cardoso Rodrigues, uma das especialistas em educação inclusiva da rede municipal, e sua vida começou a mudar. Hoje, ele escreve e lê normalmente, não perde um só dia de aula e com ajuda da Sala de Recursos Multifuncionais consegue acompanhar os demais coleguinhas. A dedicação e força de vontade do menino para aprender deixam orgulhosa também a professora Adriana Gomes Traghetta Guidone, que trabalha com ele em classe. "Ele tem suas limitações e as vezes temos de adaptar tarefas para que consiga fazê-las, mas surpreende no desempenho", conta Adriana. Aos 13 anos, Pedro conquistou o respeito e a admiração da equipe escolar e dos colegas da 8ª série da EM "Matheus Maylasky". A paralisia cerebral comprometeu por completo o movimento de seus membros inferiores e superiores, impedindo que possa se locomover ou escrever com as mãos. Com isso, para poder frequentar a escola, Pedro necessitava da ajuda permanente de uma auxiliar de educação que escrevia as lições passadas pela professora. Sua vida começou a mudar no início do ano passado, quando recebeu um notebook e com esse equipamento ganhou a autonomia de poder estudar sozinho, fazer as lições. O nariz substitui os dedos para a digitação, enquanto o queixo controla o mouse. Seu desempenho nos estudos enche de orgulho não só a professora, Rosi Cruz Alexandre, a auxiliar Vilma Bombardelli, que o acompanha em classe, como também os demais educadores. Inclusão é realidade Pedro e Felipe estão entre as 328 crianças com deficiências, que frequentam a escola e estudam normalmente, graças ao trabalho desenvolvido em parceria pela equipe multidisciplinar do Centro de Referência em Educação (CRE), com gestores das unidades escolares e os professores que atuam no ensino regular nas escolas municipais. A secretária municipal da Educação, Dulcina Guimarães Rolim, ressalta o trabalho dos profissionais do CRE, que garante a essas crianças e adolescentes não só frequentar a mesma classe, mas acompanhar o mesmo nível de desenvolvimento dos demais alunos. Moradora no Jardim Santa Cecilia, Zona Norte de Sorocaba, Cristiane Queiroz de Jesus, vibra a cada avanço, a cada conquista do filho Felipe. "Antes era difícil, ele queria ir à escola, mas não podia, porque não desenvolvia, não conseguia acompanhar, ficava triste. Hoje ele é alfabetizado, é outra criança. Tem até facebook para conversar com os amiguinhos", revela feliz. Já Ezoil Benitez conta que o computador portátil se tornou as mãos e o caderno, um instrumento essecial na vida do filho Pedro. Graças ao equipamento cedido pelo Centro de Referência em Educação, pode fazer as lições e tirar boas notas, às vezes, superior aos demais alunos da classe. "Tratamos normalmente e exijo sempre boas notas dele na escola", afirma Benitez. Escolas preparadas Atualmente, são 29 escolas municipais equipadas e preparadas, que contam com o suporte da Sala de Recursos, criadas pelo Centro de Referência em Educação. Consiste na realidade em um espaço dotado de equipamentos voltados à acessibilidade, onde crianças que apresentam alguma deficiência podem estudar normalmente e o que é melhor, aprender ao lado das outras. Assim como Débora, outras 9 professoras do município fizeram o curso Atendimento Educacional Especializado (AEE), desenvolvido pelo Ministério da Educação. Além dos alunos da EM "Hélio Rosa Baldy", Débora atende também 14 crianças de unidades de bairros vizinhos. Juntamente com os profissionais do Centro de Referência (fisioterapeutas, psicopedagogos, terapeutas ocupacionais e professores), entre outros, é estabelecido um plano de atendimento para cada aluno, respeitando suas dificuldades e habilidades. As vezes demanda a aquisição de equipamentos diferenciados para que a criança tenha condições de estudar, como é o caso de Pedro. Pode ser uma cadeira especial, uma cadeira de rodas, uma mesa, um computador com configuração diferente ou utensílios. Toda essa preocupação é para que o mesmo trabalho aplicado aos demais alunos, possa ser acompanhado por aquele que tem alguma deficiência. "Essa é uma das ações do Centro de Referência que busca uma educação de qualidade na perspectiva inclusiva", afirma Miriam Rosa Torres de Camargo, responsável pelas Salas de Recurso Multifuncional. Trabalho diferenciado atende 328 Funcionando na rede municipal desde 2010, as Salas de Recursos foram responsáveis por mais de 10 mil atendimentos só em 2012. Atualmente, são 328 crianças e jovens do ensino infantil, fundamental I e II, ensino médio e EJA, beneficiadas com esse trabalho diferenciado, realizado por profissionais especializados. "A inclusão é o melhor caminho. Aprender com as outras crianças, observar os demais alunos pode mudar a vida dessa criança e da escola toda", afirma a professora Débora. Na rede municipal de ensino, a inclusão esteve sempre presente, porém a partir de 2009 por meio das ações da equipe multidisciplinar e dos programas desenvolvidos pela Secretaria da Educação, os alunos com necessidade educacional passaram a receber, por meio das salas de recursos multifuncionais, o apoio que é essencial para o seu desenvolvimento escolar no ensino regular. A rede foi dividida em setores, visitados regularmente pelas equipes, que trabalham individualmente cada aluno e com isso garantindo não só a frequência a sala de aula, mas também o aprendizado. Além da capacitação contínua, professores que trabalham com esses alunos, recebem apoio integral dos profissionais do CRE, especialistas como: pedagogos, psicopedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeuta, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais, que atuam em sintonia com os educadores (professores, diretores, coordenadores e supervisores). Fonte: http://www.sorocabafacil.com.br

Círculo, o vai e volta da Educação Especial (Uma breve reflexão da Prof.ª Floripes Soares Costa)

A impressão que tenho algumas vezes é que andamos em círculo quando a discussão é Educação Especial. Para tranformar este círculo em uma reta, ou melhor, uma linha, onde o caminho é longo com infinitas possíbilidades de crescimento, temos que refletir muito e agir. Ouvi certa vez, "Inclusão é ação não sujeito!". Agir, palavra de ordem. Precisamos mudar, transformar nossa prática. Deparo-me com professores, ainda muito resistentes em receber um aluno que tenha deficiência, muitas vezes ouço questionamentos sobre a lei, mesmo ela sendo fato, um direito do sujeito. Penso a Educação Especial como um grande desafio, o de entender que todos nós aprendemos, independente do tempo e que o currículo para ser eficaz tem que ser funcional, pensado em cada aluno e não em todos os alunos, considerando a habilidade e competência de cada um, para traçar o plano de trabalho e caminhar numa linha, algumas vezes sinuosas, mas quem disse que a aprendizagem tem que acontecer em linha reta? A aprendizagem ocorre nas duvidas, nos erros, nos obstáculos, enfim nas dificuldades. "O bom aprendiz é aquele que erra, que vai e volta, que sabe o que não está aprendendo. Quem não erra, nem tampouco faz..." (Jaime Luis Zorzi) Fonte: http://intervencaoespecial.blogspot.com.br

XIII ENCONTRO DE EDUCADORES / 2013- Fundação Romi

INSCRIÇÕES GRATUITAS Período: de 22 a 24 de julho de 2013 OFICINA 29 - MARACATU BAQUE DA SANTA e MEU PEQUENO PRÍNCIPE Sia Santa A companhia de teatro SIA SANTA produziu um espetáculo poético recomendado às crianças de 6 a 12 anos, reunindo seis atores, que se revezam em 20 personagens, que cantam, dançam e interpretam. É uma releitura da obra francesa, valorizando a aventura e a importância de se conquistar uma boa amizade. Meu Pequeno Príncipe é uma fábula ou, como prefere o grupo, uma parábola! Estreou em Londrina - PR em Agosto/97 e vem cumprindo turnê nacional, excursionando por Curitiba, Maringá, Brasília, Goiânia, Sorocaba, Santos, Campinas, São Paulo, São Bernardo do Campo, Campo Grande, Cuiabá, Rio de Janeiro, Niterói, Porto Alegre e Joinville. O espetáculo integra o Programa "A Escola Vai ao Teatro", que percorre o país desde 1973, com apresentações no horário escolar e atendeu cerca de 3 mil escolas brasileiras. Público Alvo: Período da Manhã - Professores da rede municipal de SBO que lecionam de manhã e em período integral e professores de outras redes que se inscreveram nas oficinas do período da manhã. Período da Tarde - Professores da rede municipal de SBO que lecionam à tarde, equipe gestora e professores de outras redes que se inscreveram nas oficinas do período da tarde. Dia 24 às 8h30 e às 13h30 no Teatro Municipal Manoel Lyra OFICINA 28 - A SOMBRA "A Sombra" é uma comédia que faz parte de um tradicional repertório dos circos brasileiros. Trata-se de uma peça teatral curta (cerca de 50 minutos) na qual o palhaço tem espaço de sobra para desenvolver toda a sua capacidade cômica. Nessa versão da comédia, encenada pela Família Burg, o palhaço Gonçalvez vive um pai super ciumento na difícil missão de impedir que sua apaixonada filha, Julinda, namore. A moça, no entanto, recebe, em casa, escondido do pai, seu namorado palerma e metido a galã, o romântico Hugo Augusto. As mais inusitadas situações são criadas pela moça e pelo namorado para esconder, do ciumento pai-palhaço, o namoro dos dois. A peça foi trazida à Família Burg por Jaqueline Souza, uma artista circense que nasceu e se criou no circo "Bombril", de seu pai, e com a qual a Família Burg teve o privilégio de conviver e aprender durante a orientação dos ensaios. A direção do espetáculo coube a Ésio Magalhães, experiente e premiado ator do Barracão Teatro. A composição da trilha sonora original foi feita por Eduardo Guimarães, numa mistura de temas e ritmos que passeiam pela diversidade da música brasileira, incluindo xote, baião, brega, etc. A música é executada, ao vivo, pelo músico com sanfona e teclado. Dia 23/07, das 11h às 12h. Dia 23/07, das 13h às 14h. OFICINA 26 - DEDO DE MOÇA Dedo de Moça é um espetáculo musical baseado no último trabalho da musicista Tatiana Rocha, que traz ao palco um panorama de ritmos de diversas regiões brasileiras através das cantigas e histórias do folclore brasileiro. A apresentação, que mistura linguagens da música e do teatro, conta um pouco da história dos ritmos e propõe uma interação com o público de todas as idades que é convidado a participar do espetáculo de uma maneira divertida, ajudando a perpetuar a cultura popular brasileira. Dia 22/07, das 11h às 12h. OFICINA 27 - MOMENTO CIRANDA Esquete do Grupo Anjos do Riso e roda de cirandas e outras brincadeiras. Traga seu verso pra brincar na roda de cantigas com a gente. Dia 23, das 11h às 12h. Dia 23, das 13h às 14h. RELATOS: 1 - FILOSOFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL: UM APRENDIZADO ALÉM DO ESTUDO DE VALORES Brígida Helena Relato de atividades com crianças de 9 a 11 anos realizadas no projeto Abelhas Ocupadas, que vão além do estudo dos valores. São experiências dinâmicas que tornam as aulas de Filosofia movimentadas e divertidas. Dia 22, das 13h às 14h. 2 - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO INTEGRADA - PROJETO DE VIDA Sueli Torres O objetivo deste relato é revelar a experiência adquirida ao longo de 20 anos à frente do Núcleo de Educação Integrada - NEI - da Fundação Romi: um programa piloto, exemplo para a educação brasileira. Dia 22, das 13h às 14h. 3 - SEU ALUNO TEM DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM? SERÁ QUE ELE PRECISA DE UM FONOAUDIÓLOGO? Luciana Maluf Cervone O objetivo da oficina é refletir sobre as práticas que o professor pode realizar em sala de aula que auxiliam a criança no desenvolvimento da linguagem oral e escrita com a ajuda de um fonoaudiólogo; pensar nos sons do português, assim como trabalhar e estimular a atenção e memória para o desenvolvimento da aprendizagem. Dia 22, das 13h às 14h. 4 - TODO MUNDO TEM UM POUCO DOS INDÍGENAS DENTRO DE SI Tatiane Pereira de Souza Faria Motta A escola deve propiciar aos alunos o conhecimento sobre o processo de construção do país pelas diferentes etnias, trazendo a necessidade de trabalhar de forma adequada a história e a cultura indígena na sala de aula. Além da obrigatoriedade (Lei 11.645/2008), a cultura indígena faz parte da nossa história. É necessário explorar a temática, pois pesquisas apontam que esse tema é frequentemente ignorado nos programas curriculares e tem sido pouco explorado pelos professores ou lembrado apenas no dia 19 de abril. Sendo assim, a escola tanto pode ser um espaço de disseminação quanto um meio eficaz de prevenção e diminuição do preconceito existentes tanto no meio social como no educacional, afinal "Todo Mundo tem um pouco dos Indígenas dentro de si". Esse relato foi premiado na 10º Concurso FNLIJ CURUMIM - LEITURA DE OBRAS DE ESCRITORES INDÍGENAS NO ANO DE 2013. Dia 22, das 13h às 14h. 5 - VIVER PARA APRENDER OU APRENDER PARA VIVER Sérgio Velozo A educação escolar é um compromisso, uma responsabilidade que devemos aprender a encarar, desde nossa infância, com naturalidade. Quem entende a vida assim tem muitas chances de se realizar. Dia 22, das 13h às 14h. 6 - O AFETO COMO FIO CONDUTOR DA VIDA E DA EDUCAÇÃO - RELATOS DE UMA CAMINHADA PELA VIDA Márcia Ameriot Para a mentalidade contemporânea, amor talvez não seja a primeira palavra que venha à cabeça quando se fala em ciência, método ou teoria. Mas o afeto teve papel central na obra de pensadores que lançaram os fundamentos da pedagogia moderna.O afeto é um ingrediente insubstituível na educação atual para um ensino-aprendizagem digno, onde através do relacionamento entre diretores, professores, alunos e pessoal administrativo das escolas, o educando se motiva e interessa pelo conhecimento. Dia 22, das 13h às 14h. OFICINAS: OFICINA 1 - ARTE NAIF - UM RETRATO DA VIDA COTIDIANA Silvania Dollo e Fernanda Giacon A vida cotidiana trabalhada de forma prática e sustentável, usando a Arte Naif como elemento condutor. Público alvo: Professores do Ensino Fundamental I e II Dia 22, das 7h30 às 11h. Dia 22, das 14h às 17h30. OFICINA 2 - PICASSO PARA CRIANÇAS - CONSTRUÇÃO E DESCONSTRUÇÃO NO DESENHO Silvania Dollo e Fernanda Giacon Atividades com sugestões práticas para trabalhar construção e desconstrução, tendo como referência a obra de Picasso. Público alvo: Professores do Ensino Fundamental I Dia 23, das 7h30 às 11h. Dia 23, das 14h às 17h30. OFICINA 3 - SISTEMA SOLAR - UMA INTEGRAÇÃO ALÉM DO VIRTUAL Wallesandra Araújo Silva e Sueli Olivato O sistema solar será trabalhado em uma demonstração dinâmica, promovendo a construção do conhecimento e a alfabetização científica de forma lúdica e agradável. Público alvo: Professores do Ensino Fundamental I e II Dia 22, das 7h30 às 11h. Dia 22, das 14h às 17h30. OFICINA 4 - MATEMÁTICA & PORTUGUÊS: A DUPLA MÁGICA NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO Rosana Rosolen e Celina Stela Marques Esta oficina oferece uma reflexão sobre leitura, interpretação e o desenvolvimento do raciocínio que por meio de histórias, problemas, desafios e atividades práticas auxiliam a organizar as informações recebidas, processá-las e a estimular o interesse pela descoberta, efetivando a aprendizagem. Público alvo: Professores do Ensino Fundamental I e II Dia 22, das 7h30 às 11h. Dia 22, das 14h às 17h30. OFICINA 5 - A SALA DE AULA COMO PALCO PARA A DANÇA E O JOGO TEATRAL Silvia Regina Domingues Esta oficina possibilitará ao professor compreender alguns dos princípios básicos do Sistema de Jogos Teatrais de Viola Spolin; desenvolver habilidades e competências necessárias à atuação em sala de aula através dos Jogos. Tem o objetivo de desenvolver uma disponibilidade corporal para dança-teatro de Rudolf Laban, o ser como integrado que pensa-sente-faz, ou seja, colocar o pensamento em movimento. Dançar é um grande prazer. A dança é uma linguagem corporal. Ao dançar, homens e mulheres tanto inventam movimentos, tempo e espaço como também se transformam em personagens, pois a dança cria um jogo de forças, torna visível no corpo e no movimento todo o universo de ações e significados diversos do cotidiano. Público alvo: Professores do Ensino Fundamental I e II Dia 23, das 7h30 às 11h. Dia 23, das 14h às 17h30. OFICINA 6 - O TEATRO DE BONECOS NA ESCOLA: CONFECÇÃO E MANIPULAÇÃO Silvia Regina Domingues Esta oficina visa à utilização do Teatro de Bonecos como instrumento pedagógico, na formação e desenvolvimento das crianças, o qual traz inúmeros benefícios, como: despertar a criatividade, ampliar a imaginação, aperfeiçoar a concentração, trabalhar a timidez, exercitar a voz e suas entonações, valorizar o trabalho em grupo, desenvolver a coordenação motora, etc. Público alvo: Professores do Ensino Fundamental I e II Dia 22, das 7h30 às 11h. Dia 22, das 14h às 17h30. OFICINA 7 - A FILOSOFIA NAS ENTRELINHAS DA EDUCAÇÃO INTEGRADA Brígida Helena e Paulo Bazo Trabalhar a Filosofia com alunos de 1º ao 5º ano de modo a integrá-los como protagonistas na sociedade em que atuam, deixando de ser reprodutores de valores, para se tornarem autores conscientes das próprias atitudes. Público Alvo: Professores do Fundamental I Dia 22, das 7h30 às 11h. Dia 22, das 14h às 17h30. OFICINA 8 - UM DIÁLOGO SOBRE AS DIVERSIDADES E ADVERSIDADES EM EDUCAR - UMA CONVERSA ENTRE AS TRÊS ESFERAS: FAMÍLIA, ESCOLA E MEIO SOCIAL. Brígida Helena Proporcionar aos professores, pais e demais participantes a oportunidade de questionarem a importância de se trabalhar e dialogar sobre uma educação, um ensinar em que as diversidades e adversidades sejam respeitadas e refletidas por todos. Público alvo: Professores do Ensino Fundamental I e II Dia 23, das 7h30 às 11h. Dia 23, das 14h às 17h30. OFICINA 9 - A INFORMÁTICA NA SALA DE AULA - COM COMEÇO, MEIO E FIM Magda Rizetto e Vanessa Juliato Orientar o professor a trabalhar com a informática em suas aulas, de maneira que haja integração com os trabalhos realizados, tendo um objetivo a ser atingido, que possibilita o desenvolvimento e o aprendizado do aluno. Público alvo: Professores do Ensino Fundamental I e II Dia 22, das 7h30 às 11h. Dia 22, das 14h às 17h30. OFICINA 10 - COMO VAI A SUA PRÁTICA DE FALAR EM PÚBLICO? Maestro Paulo César Bellan Esta oficina tem por objetivo trabalhar a Expressão Oral, capacitando os participantes a falarem melhor em público, sem medo, através de exercícios práticos de articulação e respiração, com técnicas fundamentais da oratória. Público alvo: Professores de todos os níveis Dia 22, das 7h30 às 11h. Dia 22, das 14h às 17h30. OFICINA 11 - "E, SE NÃO MORRERAM, VIVERAM FELIZES ATÉ HOJE..." - A ARTE DE OUVIR E CONTAR HISTÓRIAS Silvia Helena Azanha Por meio de dinâmicas e vivências, despertar o contador de histórias que existe em cada um e disseminar, pela prática, o direito de formar não somente leitores, mas cidadãos mais sensíveis e humanizados. Público alvo: Professores de Educação Infantil Dia 23, das 7h30 às 11h. Dia 23, das 14h às 17h30 OFICINA 12 - CORDEL: LITERATURA E ARTE A SERVIÇO DA INFORMAÇÃO Maria Regina Sargiolato e Nanci Renata F. Manfrim O objetivo da oficina é ensinar as técnicas da Literatura de Cordel, como um meio de divulgação de produções textuais, em prosa ou verso, sejam elas: histórias infantis, lendas, crônicas, relatos de episódios históricos, poesias; com temas religiosos, políticos e/ou sociais, entre muitos outros. Público alvo: Professores do Ensino Fundamental I e II Dia 22, das 7h30 às 11h. Dia 22, das 14h às 17h30. OFICINA 13 - VISÃO INTEGRAL DA SEXUALIDADE: DA CONCEPÇÃO À FINITUDE DA VIDA Domingo Nunes Este tema tem como objetivo abordar todas as etapas da sexualidade: infantil, juvenil, adulta e senil. Público alvo: Professores do Ensino Fundamental I e II Dia 23, das 7h30 às 11h. Dia 23, das 14h às 17h30. OFICINA 14 - O CLIMA DA CLASSE Clínica Original Terapias Integradas - Maria Angélica Pimentel, Andréa Bueno e Tháis Flores O objetivo desta oficina é oferecer técnicas para melhorar o relacionamento interpessoal professor / aluno, bem como dinâmicas que auxiliem o dia a dia da instituição. Público alvo: Professores do Ensino Fundamental I e II Dia 23, das 7h30 às 11h. Dia 23, das 14h às 17h30. OFICINA 15 - "PROCESSO CRIATIVO NA ARTE ATRAVÉS DO FILME MODIGLIANI" Walcirley César Siqueira Desenvolver a habilidade de leitura em arte, a apreciação e a interação com obras de diferentes épocas e estilos, bem como promover a criação artística. Público alvo: Professores de todos os níveis Dia 22, das 14h às 17h30. Dia 23, das 14h às 17h30. OFICINA 16 - ARTETERAPIA Josilaine Lima A Arteterapia é uma terapia que, através da estimulação da expressão, do desenvolvimento da criatividade, favorece a liberação de emoções, de conflitos internos, de contato com ansiedades, conteúdos reprimidos, medos. Facilita e estimula a coordenação motora, o processo de individuação e o equilíbrio físico, mental e espiritual. Os materiais utilizados têm propriedades que mobilizam emoções e sentimentos de maneiras diversificadas a cada indivíduo. "A arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível." (Leonardo da Vinci) Público Alvo: Professores de todos os níveis. Dia 22, das 7h30 às 11h. Dia 23 das 14h às 17h30. OBS: Os participantes deverão comparecer com roupas confortáveis. OFICINA 17 - DANÇA NA ESCOLA: UMA PROPOSTA DE AÇÃO ATRAVÉS DA VIVÊNCIA DOS DIVERSOS RITMOS Marília Camargo Esta oficina oferece uma proposta de ação através da vivência dos diversos ritmos e tem por objetivo apresentar possibilidades de movimentos corporais tornando-os significativos no cotidiano, ou seja, atividades de dança a serem trabalhadas na escola. O professor conhecerá, de maneira breve, a história das danças e dançará diversos ritmos, tanto da cultura nacional quanto da internacional, dentre eles: danças folclóricas, contemporânea, circulares, hip hop, balé e outros. Público alvo: Professores do Ensino Fundamental I e II Dia 22, das 7h30 às 11h. Dia 22, das 14h às 17h30. OFICINA 18 - A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: QUAIS SÃO, COMO IDENTIFICÁ-LAS E O QUE FAZER. Lana Petrini Através dessa oficina, com explanação teórica e exercícios com dinâmicas, pretende-se envolver os educadores e torná-los conscientes da importância da psicomotricidade no desenvolvimento infantil e sua relação com as dificuldades de aprendizagem. Público alvo: Professores de Educação Infantil, do Ensino Fundamental I, bem como aos demais educadores. Dia 23, das 7h30 às 11h. Dia 23, das 14h às 17h30. OFICINA 19 - ALFABETIZAR... COMO? Rose Barleta O objetivo desta oficina é mostrar como o programa da alfabetização fônica busca desenvolver duas competências dos alunos: consciência fonológica e conhecimento das correspondências entre grafemas e fonemas. Público alvo: Professores de Educação Infantil e do Ensino Fundamental I Dia 22, das 7h30 às 11h. Dia 22, das 14h às 17h30. OFICINA 20 - DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO COMPORTAMENTAL E PEDAGÓGICA NO TRABALHO COM AUTISMO Fernanda M. Pierin Berardineli Oferecer as classificações de comportamentos que fazem parte do diagnóstico do Autismo, bem como possibilitar uma explanação acerca dos critérios do diagnóstico, da intervenção comportamental e da pedagógica. Público alvo: Professores de todos os níveis Dia 23, das 7h30 às 11h. OFICINA 21 - O CEDOC E O ENSINO DA HISTÓRIA LOCAL Sandra Edilene de Souza Barboza e Cia. Xekmat A história local torna-se importante no processo educativo, porque faz parte da vivência do aluno, uma vez que resgata a vida e a cultura da comunidade em que está inserido. Através da experiência do Centro de Documentação Histórica da Fundação Romi, no Projeto de Educação Patrimonial, os participantes conhecerão a forma como o CEDOC trabalha com a história local e as possibilidades de atividades interdisciplinares que podem ser desenvolvidas a respeito dessa temática. Público alvo: Professores de todos os níveis Dia 23, das 7h30 às 11h. Dia 23, das 14h às 17h30. OFICINA 22 - JOGOS + TECNOLOGIA + EDUCAÇÃO = PARCERIA PERFEITA Maria Regina Sargiolato e Nanci Renata F. Manfrim O objetivo desta oficina é ensinar a explorar sites gratuitos com jogos educativos para crianças a partir de cinco anos, proporcionando aprendizagem através de atividades lúdicas, com acompanhamento pedagógico para que elas aprendam brincando. Público alvo: Professores de Educação Infantil e do Ensino Fundamental I Dia 23, das 7h30 às 11h. Dia 23, das 14h às 17h30. OFICINA 23 - JOGOS DE MATEMÁTICA PARA EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Leda Maria Torres Haddad Refletir sobre o uso dos jogos como mais um recurso para desenvolver os conhecimentos matemáticos dos alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental e contribuir para a organização do planejamento da rotina de matemática, tendo em vista as orientações curriculares. Público alvo: Professores de Educação Infantil e do Ensino Fundamental I Dia 23, das 7h30 às 11h. Dia 23, das 14h às 17h30. OFICINA 24 - BRINCANDO COM CIÊNCIAS Wallesandra Araújo Silva Trabalhar a Ciência de forma prática, divertida e interessante, utilizando instrumentos simples, confeccionados com materiais recicláveis e de baixo custo. Público alvo: Professores de Educação Infantil e do Ensino Fundamental I Dia 23, das 7h30 às 11h. Dia 23, das 14h às 17h30. OFICINA 25 - O TRABALHO DA APAE NA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSÃO Elizabete Ap. Camargo da Silva Modenese e Gleice Cristiane de Santana Esta oficina tem por objetivo esclarecer sobre a importância da inclusão das pessoas com deficiência na sociedade de forma geral, enaltecendo o trabalho da educação especial e da equipe multiprofissional nesse processo. Público alvo: Professores de todos os níveis Dia 23, das 7h30 às 11h. Dia 23, das 14h às 17h30. Fonte:http://www.fundacaoromi.org.br

Hiperlexia

O que é? A hiperlexia pode ser entendida como uma síndrome, que compreende sintomas como uma alta capacidade de leitura e uma espécie de obsessão por letras e números, porém acompanhada de uma espécie de retardo em outras áreas do desenvolvimento. Essa síndrome pode ser entendida a partir de três características principais: capacidade precoce de leitura, dificuldade em lidar com a linguagem oral e uma inadaptação social dos comportamentos. Por muito tempo as crianças hiperléxicas foram diagnosticadas a partir de referenciais do autismo, uma vez que existem poucos estudos e mecanismos para o diagnóstico. Como diagnosticar? Algumas características podem encaminhar o diagnóstico de hiperlexia, entre elas, deve-se atentar prioritariamente para a precocidade da interação da criança com letras e números. A partir dos 18 meses, crianças hiperléxicas já começam a demonstrar uma capacidade diferenciada para identificação de letras e números, e aproximadamente a partir dos 3 anos essas crianças são capazes de reconhecer o agrupamento de letras e formar palavras, mesmo que estas não façam sentido no contexto. Assim, é provável que essa criança seja capaz de ler frases inteiras, mesmo não dominando a linguagem oral como as outras crianças de sua idade. Devemos lembrar que nem todas as crianças com hiperlexia apresentam o mesmo desenvolvimento de suas condições. Outra particularidade das crianças hiperléxicas, para a qual se deve atentar no período diagnóstico, é o apego que essas têm à rotina. Uma criança hiperlexica dificilmente aceita mudanças em seus horários e atividades, procura encontrar padrões em todas as situações. A criança hiperléxica A hiperlexia não é consequência de nenhum método de ensino, ou seja, a capacidade de ler da forma como se dá nesses casos não é algo ensinado, não há instruções para que a criança aja de tal forma. Essa criança simplesmente aprende a decodificar as palavras, a partir da identificação das letras e de seus agrupamentos. O fato de uma criança hiperléxica ter dificuldades em seus relacionamentos sociais não significa que estes não devam ser encorajados. Existem inúmeros benefícios ligados à experiência dessas crianças na relação com crianças de desenvolvimento normal, entre eles destaca-se a estimulação oral. Para a criança hiperléxica, a criança normal é alguém que fala muito, mas essa interação permite que aquela reconheça os aspectos funcionais da comunicação oral. Na escola Algumas posições pedagógicas defendem a criação de salas especiais para hiperléxicos, uma vez que a presença de uma criança hiperléxica no grupo de alunos implica algumas alterações na rotina de professores, coordenação e alunos, por exemplo, ajustes no currículo e flexibilização do programa de ensino. Todavia, é importante tanto para crianças normais quanto para a criança hiperléxica que sejam expostas a relação com outras crianças em diferentes condições, para que possam reconhecer diferentes formas de se comunicar. Do outro lado, professores devem estar preparados para usar, de maneira criativa, a habilidade de lidar com as palavras e números, de forma que se torne realmente uma experiência valiosa para todos. Onde encontrar mais informações? Existem poucas publicações sobre hiperlexia no Brasil. Há alguns anos a autora Susan Martins Miller publicou, pela editora Nova Alvorada de Belo Horizonte, o livro “Lendo muito cedo”, que explica com bastante clareza as condições e implicações da hiperlexia na vida de crianças e adultos, além disso, algumas associações de pais de crianças autistas tem trabalhado para divulgar as particularidades da síndrome em seus sites, o que gera um conteúdo bastante rico em detalhes da experiência de viver com alguém hiperléxico. Juliana Spinelli Ferrari Colaboradora Brasil Escola Graduada em psicologia pela UNESP - Universidade Estadual Paulista Curso de psicoterapia breve pela FUNDEB - Fundação para o Desenvolvimento de Bauru Mestranda em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP - Universidade de São Paulo Fonte: http://arivieiracet.blogspot.com.br

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Para refletir: Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil

pensar

Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil

Trabalho Infantil: apenas 22% dos recursos previstos foram utilizados Marina Dutra Embora as pessoas só pensem no dia 12 de junho como Dia dos Namorados, na data também é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil. A comemoração foi criada pela Organização Internacional do Trabalho em 2002 e, desde então, entidades de todo o mundo tentam alertar a sociedade para a realidade do trabalho infantil que assola o Brasil e vários outros países. Apesar da preocupação e do problema atingir 3,4 milhões de crianças e adolescentes de 10 a 17 anos no Brasil, apenas 22% do total de R$ 412,5 bilhões autorizados, em 2013, para duas ações orçamentárias voltadas para a erradicação do trabalho infantil foram executados até ontem (11), incluídos os restos a pagar. As rubricas pertencem ao programa “Promoção dos Direitos de Crianças e Adolescentes”. Do valor orçado para este ano, R$ 362,5 milhões serão destinados para a ação “Proteção Social para Crianças e Adolescentes Identificadas em Situação de Trabalho Infantil”. A iniciativa tem como objetivo incluir as crianças e adolescentes identificados em situação de trabalho em serviços de proteção social, no horário extraescolar, para retirá-los do trabalho precoce e irregular e protegê-los de situações que ameacem ou violem seus direitos. No entanto, para a ação que também tem a intenção de promover o acesso e participação cidadã de crianças e adolescentes em ações socioeducativas e de convivência voltadas ao fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, apenas 22,4% dos recursos, isto é, R$ 85,9 milhões, foram desembolsados. Os serviços devem ser ofertados pela proteção social básica nos territórios de cobertura dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), assim como nos territórios de cobertura dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS), sob coordenação da área responsável pela Proteção Social Especial, a quem cabe também a execução de ações de gestão, voltadas ao aperfeiçoamento da identificação das situações de trabalho infantil nos territórios. A outra ação que conta com recursos para erradicação do trabalho infantil é a “Concessão de Bolsa para Famílias com Crianças e Adolescentes Identificadas em Situação de Trabalho”. Neste ano, 14,2% do total de R$ 30 milhões destinados à iniciativa foram pagos, o equivalente a R$ 4,3 milhões. A ação tem como objetivo assegurar às crianças e adolescentes com idade inferior a 16 anos de idade, identificadas em situação de trabalho (à exceção dos adolescentes na condição de aprendiz, dos 14 aos 16 anos, conforme a legislação vigente), o acesso à transferência de renda às suas famílias. Os recursos desta ação são repassados diretamente às famílias com crianças e adolescentes identificadas em situação de trabalho não elegíveis aos critérios do Programa Bolsa Família, de modo a criar condições objetivas para a retirada imediata da situação de trabalho e contribuir para a interrupção das condições geradoras da situação do trabalho precoce. O valor da transferência de renda previsto pelo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) varia de acordo com a renda familiar, a localidade em que mora a família (zona urbana ou rural) e o número de crianças ou adolescentes que compõem o arranjo familiar. Famílias com renda per capita de até R$ 70,00 recebem R$ 68,00 + R$ 22,00 por beneficiário (no máximo até 3) + R$ 33,00 por jovem de 16 e 17 anos frequentando a escola (até 2 jovens). Famílias com renda por pessoa acima de R$ 70,00 e menor que R$ 140,00 recebem R$ 22,00 por beneficiário (até 3) + R$ 33,00 por jovem de 16 e 17 anos frequentando a escola (até 2 jovens). Já as famílias em situação de trabalho infantil com renda mensal por pessoa superior a R$ 140,00 recebem R$ 40,00, se residentes nas áreas urbanas de capitais, regiões metropolitanas e municípios com mais de 250 mil habitantes. Para as que moram em outros municípios ou em áreas rurais, o valor da transferência de renda é de R$ 25,00. O Contas Abertas questionou o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome sobre a execução das iniciativas, mas até o fechamento da matéria, não obteve resposta. Veja tabela com os valores citados na matéria Dificuldades Ainda que o país seja considerado uma referência mundial em relação às políticas sobre o tema, o Brasil ainda apresenta índices baixos e não deve erradicar o trabalho infantil no curto prazo. Segundo o estudo “Brasil livre de trabalho infantil”, produzido pela organização Repórter Brasil, um fator preocupante é que, de 2005 em diante, houve desaceleração no ritmo da diminuição do número de crianças e adolescentes no mercado de trabalho. Segundo, o Censo de 2010, 3,4 milhões de crianças e adolescentes de 10 a 17 anos estavam trabalhando. Entre o período de 2000 a 2010, houve redução de 13,4% no número. Entretanto, a ocorrência do problema chegou a aumentar 1,5% entre crianças de 10 a 13 anos, justamente na faixa etária mais vulnerável dessa população, para a qual todo tipo de trabalho é proibido. De acordo com Rafael Dias Marques, procurador do Ministério Público do Trabalho e coordenador da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente, a maior dificuldade no combate a esse tipo de trabalho está na informalidade. “Você não consegue identificar esse explorador para punir e a solução tem que se dar por meio de assistência, de políticas públicas de amparo as famílias do menor trabalhador”, explica. Para Marques, o primeiro ponto para mudança do quadro é a conscientização da sociedade em não consumir produtos e serviços prestados por crianças e adolescentes. “Muitas vezes a cena sensibiliza, é apelativa, mas essa situação de apelo não pode conduzir a sociedade a comprar o produto da criança, porque ela está prejudicando, ela está criando a demanda por trabalho e permite que essa situação perpetue. A sociedade tem que dizer não, toda vez que uma criança ou adolescente vier oferecer um produto ou serviço a ela”, afirma. Ainda segundo o procurador, a princípio, pode ser realizado trabalho de conscientização da família. “É necessário orientar a família que o trabalho nessa fase da vida prejudica a saúde, a formação educacional e o lazer da criança e do adolescente. Se após essa conscientização a família, uma vez assistida pelas políticas públicas, continuar permitindo que a situação de trabalho ocorra, pode e deve sofrer punições”, conclui. Fonte: http://www.contasabertas.com.br

terça-feira, 11 de junho de 2013

Pergunte para Manuel Castells

Pergunta: Por que, mesmo imersos na Cibercultura, a formação de professores continua com os mesmos modelos? É possível mudar o ensino como um todo e as instituições se tornarem "redes sociais de ensino e aprendizagem"? Afinal, todos esses jovens estão presentes nas redes sociais. Que estratégias acontecem nessas redes, que poderiam ser adotadas pelas instituições de ensino? Autor(as): Ariana Chagas, Rute Vera Maria Favero e Patrícia Gondim Manuel Castells: As redes sociais não são algo à parte na vida dos jovens. Os jovens vivem nas redes sociais, nas redes familiares, nas redes pessoais. Quando minha geração desaparecer, todo mundo viverá nas redes sociais. Ou seja, no fundo, as novas formas de existência, que incluem... Eu sempre comparo a internet com a eletricidade. Na história, houve momentos em que apenas algumas pessoas tinham eletricidade. Mas, a eletricidade é fundamental para a sociedade industrial. Na nossa sociedade, a internet é a forma de comunicar, de existir, de fazer qualquer coisa. Portanto, a questão é: os jovens, nas redes sociais, qual é a característica especial das redes sociais que favorece ou dificulta a expressão dos jovens? Eu diria que há uma conexão entre a cultura da autonomia, que é a cultura fundamental da sociedade atual e, principalmente, dos jovens, em relação às instituições e aos poderes da sociedade. A prática das redes sociais na internet que materializam essa cultura da autonomia. É o próprio meio dos jovens e, portanto, é também o meio de aprendizagem. Um dos grandes problemas da educação é que há uma contradição entre a pedagogia e a organização do ensino – estabelecido historicamente através das formas verticais e burocráticas –, entre a cultura da autonomia, a capacidade de cultura digital do jovens... É totalmente contraditório. Mostraram os estudos feitos em diversos países: a razão do abandono escolar, da evasão escolar na escola secundária é porque os jovens se aborrecem na sala de aula. A sala de aula continua sendo feita em formas de comunicação que não são as dos jovens, que não são as desta sociedade. E isso não é um problema dos professores, é um problema do tipo de organização – vertical, tradicional. Diria que o desenvolvimento da prática social dos jovens nas redes está reforçando sua autonomia e sua capacidade de redefinição cultural. No fundo, está levando ao empoderamento dos jovens. Me parece irônico que, no país de Paulo Freire, se tenha esquecido a pedagogia da liberdade, a pedagogia do oprimido, que é a pedagogia básica. Meu último comentário, aproveitando para passar uma informação para vocês... Vocês sabem que há estudos sérios do British Computer Society, que mostra uma correlação entre a internet e a felicidade. Arrá! Surpresa! Todos os meios de comunicação dizem que a internet é péssima, que é a fonte de todos os males... Não, há uma correlação entre o uso da internet e índices psicológicos de felicidade. Por quê? A correlação não quer dizer nada, mas o porquê é importante: a internet aumenta duas áreas fundamentais, a sociabilidade e o empoderamento. E quais são as duas variáveis mais importantes na determinação da felicidade das pessoas? A sociabilidade e o empoderamento. Pergunta: O que está faltando nos movimentos sociais brasileiros? Interesse? Engajamento? Esclarecimento? O último grande movimento, "os caras pintadas", reuniu uma multidão de jovens, atraídos pela mídia, que estavam lá como se estivessem em uma festa, sem um real engajamento político. Nosso povo apenas repete, sempre, que os políticos são corruptos, como se estes tivessem vindo de um outro planeta, e não de dentro das nossas famílias, das nossas escolas, da nossa sociedade... Ninguém assume responsabilidade individual pela situação que vivemos. Assim como a educação dos filhos foi jogada inteiramente sobre os ombros dos professores, a vida social foi delegada aos três poderes, executivo, legislativo e judiciário. Tudo, absolutamente tudo deixou de ser responsabilidade dos indivíduos. Existe uma solução para o nosso povo? Autor(a): Beatriz Helena Ribeiro Manuel Castells (na foto à esquerda, com o Prof. Dr. Juremir Machado da Silva): se alguma coisa aprendi na minha vida é não falar do que eu não sei. É preciso ser prudente. Mas, vamos ver... Não sei exatamente a situação dos movimentos sociais no Brasil. Acompanho o Brasil o mais próximo que posso, mas, nos últimos quatro anos, estive trabalhando tanto com movimentos deste tipo em outros países, que não pude voltar para cá. Faz quatro anos que não venho ao Brasil e desconheço a vivência concreta dos movimentos sociais por aqui. O que posso dizer é que o Brasil sempre foi uma sociedade muito mobilizada, muito ativa. Porto Alegre, particularmente, mas não apenas. Sempre tivemos movimentos sociais de todo tipo, que continuam existindo. Acredito que, o que aconteceu no Brasil foi algo que aconteceu na França também. A mudança política que se produziu nos últimos dez anos foi bastante substancial e que, portanto, gerou muitas esperanças de mudança social em direção à política. Destas esperanças, uma parte levou a mudanças institucionais e outra parte foi frustrada, mas o nível de frustração não foi suficiente para que os movimentos sociais assumissem um papel de liderança representando amplos conjuntos da sociedade. Eu diria que o mais significativo, na minha opinião sobre o Brasil, é que há uma cultura jovem. E as necessidades dos jovens não são percebidas pelo sistema político como tal. Então, os movimentos tradicionais no Brasil, que foram a luta contra a pobreza, contra a desigualdade, etc, foi isso que o sistema político pôde absorver. Não inteiramente, mas em parte. Ou seja, houve uma espécie de social democracia brasileira, que está em um momento de auge – o que não é uma coisa ruim, é bom que haja saúde e educação. Mas, o que foi deixado de lado são novos problemas, como a marginalização relativa da juventude. Particularmente, me parece que a questão da liberdade na internet, que é fundamental para os jovens, foi tomada pelo sistema político, em âmbito presidencial, mas não levada a sério pelos parlamentares, os governos estaduais submetidos às pressões dos grupos midiáticos e os operadores de telecomunicação. Então, há elementos de cultura jovem, de transformação política, que não estão, neste momento, representados no sistema político que, talvez, possa gerar movimentos de defesa da internet muito mais ativos dos que aqueles que existem hoje no Brasil. Redes de indignação e esperança | Manuel Castells no Fronteiras do Pensamento Porto Alegre 2013 (10/06 - fotos por Luiz Pingüim Munhoz) Fonte:http://www.fronteiras.com

domingo, 9 de junho de 2013

Projeto mapeia brincadeiras infantis de todo Brasil

Na era dos videogames com sensores de movimento, as crianças ainda brincam de bolinha de gude, soltam pipa com rabiola feita com papel de bala, pulam amarelinha e elástico. Em muitas regiões do país, as brincadeiras tradicionais continuam bastante vivas. E para mapeá-las e difundi-las, uma dupla está percorrendo os cinco cantos do Brasil para dar vida ao projeto Territórios do Brincar, iniciativa que pretende escutar, trocar saberes e registrar a cultura infantil brasileira. A educadora Renata Meirelles e o documentarista David Reeks são os responsáveis pelo projeto que iniciou em abril deste ano. Ao todo, a dupla vai percorrer sete regiões diferentes até dezembro de 2013. Após a viagem, a jornada vai se tornar um longa-metragem, um livro e uma série para a TV, além de exposições, cursos e palestras. A iniciativa é apoiada pelo Instituto Alana, ONG que desenvolve projetos voltados à infância. O primeiro destino do roteiro foram as comunidades pomeranas (que formam uma etnia descendente de tribos eslavas e germânica), no Espírito Santo, onde acompanharam a forte tradição dos casamentos. Desde pequenas, uma das brincadeiras favoritas das crianças é simular as cerimônias. Eles organizam toda a festa, desde a compra e preparo dos alimentos até as danças e rituais. Segundo Renata, o foco do trabalho é entender as brincadeiras e manifestações culturais sempre sob o olhar das crianças. “O bacana é ver como as crianças fazem as releituras daquilo que acontece na brincadeira tradicional, que não necessariamente vêm em forma de amarelinha, de pipa, de pular elástico, mas que pode vir também de outras coisas”, afirma. “Os professores precisam traduzir as relações que estão por trás das brincadeiras e entender o potencial humano que o brincar tem.” De acordo com ela, a maior preocupação do projeto é traduzir o brincar para o universo da educação. “O que percebo que é as escolas, de uma forma geral, não aproveitam do que já é das crianças. Muitas vezes, elas não se atem a forma como as crianças apreendem as coisas, como lidam com os seus fazeres e brincadeiras. Isso ainda é desconhecido no universo da educação”, diz. “Os professores precisam traduzir as relações que estão por trás das brincadeiras e entender o potencial humano que o brincar tem e como as crianças podem criar essa linguagem para si como forma de aprendizado também.” O primeiro contato nas regiões acontecem por meio das escolas, onde eles apresentam aos educadores e às crianças o intuito do projeto. Nesses encontros, são expostos vídeos de trabalhos anteriores e então oficializado o convite para o intercâmbio de saberes, que acontecem de acordo com o roteiro proposto pelas crianças: na escola, rua, praças e outros espaços. Ao final de cada itinerário, Renata e Reeks voltam às escolas e às secretarias para mostrar, por meio de fotos e filmagens, o recorte que fizeram durante a estadia no local. A ideia é valorizar a cultura do lugar, muitas vezes, desapercebida pelos moradores. “Às vezes, as escolas não veem aquilo que está fora do mundo delas. Nossa mensagem é que o aprender não acontece apenas dentro das unidades de ensino”, revela Renata. Cursos e oficinas Como forma de contrapartida à estadia em cada município, Renata organiza ainda cursos, oficinas e palestras para os moradores locais. No Espírito Santo, organizou uma exposição de brinquedos. Já no Recôncavo Baiano, Renata ministrou palestras sobre a cultura do brincar para todas os diretoras e coordenadores do município de Santo Amaro e também uma palestra e oficina na secretaria de ação social com 20 coordenadoras do PET (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil). Outra parceria acontece também com seis escolas privadas de São Paulo, Bragança Paulista, Cotia e Florianópolis. A educadora, a partir do trabalho que vem desenvolvendo, se reúne, mensalmente, com os colégios para trocar experiências e identificar novos olhares e propostas quanto à cultura do brincar. “Quando a gente fala de brincadeiras, não estamos falando do novo, mas de algo que já é do homem. O novo é como a gente olha para isso, como a enxerga relação da criança com o brincar”, afirma. É possível acompanhar a jornada do casal através do site do projeto, com atualizações quase em tempo real com fotos, textos, vídeos e áudios. Assista ao vídeo de estreia do projeto:

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Criança em foco

O seu olhar lá fora O seu olhar no céu O seu olhar demora O seu olhar no meu O seu olhar seu olhar melhora Melhora o meu (Arnaldo Antunes e Paulo Tatit) O projeto Criança Pequena em Foco quer fazer com que as opiniões e necessidades das crianças sejam levadas em conta e sirvam de subsídio para os tomadores de decisão e os planejadores de intervenções públicas na cidade. Crianças pequenas raramente são perguntadas sobre como percebem o lugar onde moram. Mostrar esse olhar é um dos objetivos da exposição “A comunidade Santa Marta pelo olhar das crianças”, que traz fotografias feitas durante passeios realizados em março e abril de 2012. As imagens traduzem sua percepção sobre aspectos difíceis do cotidiano, ao mesmo tempo em que demonstram como as crianças são afetivas e espontâneas na relação com o espaço. A perspectiva infantil tem muito a contribuir para a transformação da realidade. Em muitos países, arquitetos e urbanistas vêm incluindo as crianças como participantes ativas da equipe de planejamento da cidade. As chamadas Child Friendly Cities (“Cidades Amigas das Crianças”) produzem novos conhecimentos baseados no olhar e na fala desse grupo social. O projeto também beneficia a formação cidadã das crianças, que veem suas contribuições serem levadas em conta e sentem-se ajudando a melhorar a vida de todos. A produção das fotografias foi precedida de uma oficina com as crianças da UNAPE . Na inauguração da exposição, as famílias dos pequenos fotógrafos ganharão DVDs com as fotos selecionadas para a mostra. O projeto é fruto de parceria entre o CECIP e o Instituto Pereira Passos (IPP, Prefeitura do Rio), com financiamento da Fundação Bernard Van Leer. Fonte: http://cecip.org.br

terça-feira, 4 de junho de 2013

Dia Mundial das Crianças Vítimas de Agressão

*Helyzabeth Kelen Tavares Campos O dia 4 de junho foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1982, como Dia Internacional contra a Agressão Infantil, não como data para comemorar, mas para se refletir sobre algo terrível: a violência contra as crianças. Este é um assunto que tem despertado muito interesse em todo o mundo, que busca entender as origens desta violência contra seres tão indefesos. Até o século XVIII, as crianças eram coisificadas, vítimas de abusos sexuais, trabalhos forçados, e submetidas a todo tipo de agressão. Somente no século XIX, as crianças passam a ser percebidas como seres humanos autônomos, quando surge os estudos da psicologia, pedagogia, pediatria e psicanálise, a fim de compreender o fenômeno das agressões, supera-las, e promover a qualidade de vida das crianças. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - Trabalho Infantil (PNAD/2001), realizada pelo IBGE, o trabalho infantil é exercido por cerca de 2,2 milhões de crianças brasileiras, entre 5 e 14 anos de idade. A maioria dessas crianças vem de famílias de baixa renda e trabalha no setor agrícola. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que, nos países em desenvolvimento, mais de 250 milhões de crianças de 5 a 14 anos de idade trabalham! A maioria delas (61%) vive na Ásia - um continente de grande densidade populacional. Em seguida vem a África, com 32%. Porém, em termos relativos, é na África que a situação preocupa, pois em cada cinco crianças, duas trabalham. Na Ásia, a proporção cai para a metade: de cada cinco crianças de 5 a 14 anos, uma trabalha. Nas grandes cidades, muitas crianças são ambulantes, lavadoras e guardadoras de carros, engraxates etc., vivem de gorjetas, sem remuneração ou com, no máximo, um salário mínimo. Esta situação as afasta da sala de aula e também das brincadeiras, jogos lúdicos fundamentais para um desenvolvimento psicológico saudável rumo à vida adulta. Conseqüência da pobreza, uma vez que essas crianças necessitam trabalhar para ajudar no sustento familiar, o trabalho infantil é proibido pela Constituição Brasileira de 1988, sendo o seu combate considerado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) uma das prioridades dos países em desenvolvimento. As crianças, exploradas como soldados, mão-de-obra ou para o tráfico de seres humanos, têm sido uma preocupação constante nas intervenções da Igreja Católica a nível internacional. As autoridades mundiais são desafiadas a combater esses abusos, criando dispositivos legais que protejam efetivamente esse público. Mais de um milhão de pessoas - sobretudo mulheres e crianças - são vítimas do tráfico humano todos os anos, igualando essa atividade ao mesmo nível do tráfico de drogas e de armas: o comércio de crianças está estimado em 12 mil milhões de euros. No Brasil, a violência corporal, segundo o Ministério da Saúde, é a segunda principal causa de mortalidade global, sobrepujada apenas pelas mortes por doenças do aparelho circulatório. Os jovens são os mais atingidos. Além deles, a violência atinge ainda, em grau muito elevado, as crianças e as mulheres. Para esta situação contribuem diversos fatores, entre eles, a má distribuição de renda, a baixa escolaridade, o desemprego. Na cidade de São Paulo, por exemplo, 64% das denúncias de agressão à criança têm origem em casa, de acordo com levantamento do SOS Criança (instituição estadual que recebe denúncias de agressão contra a criança e o adolescente). Os episódios mais rotineiros são afogamento, espancamento, envenenamento, encarceramento, queimadura e abuso sexual. Não é preciso ressaltar o quanto os casos de estupro, de clausura, prejudicam o desenvolvimento afetivo e psicológico da criança, sem falar naqueles que levam à morte ou a problemas físicos irreversíveis. A idade das vítimas varia de 0 a 17 anos e, na maioria dos casos, o agressor é parente, vizinho ou conhecido. Vale a pena ressaltar que as relações de vizinhança nas comunidades mais carentes são muito próximas, pois muitas vezes é com esses vizinhos que as mães deixam seus filhos quando vão trabalhar. São pessoas em que confiam e que, aparentemente, não trariam nenhuma ameaça para as crianças, pois estariam acima de qualquer suspeita. Os dados relativos ao local em que ocorreram as agressões deixam ainda mais clara a afirmação feita anteriormente. Na grande maioria, a violência ocorre na casa do próprio agressor, o que confirma a grande proximidade dele com a criança, ou seja, ela estava teoricamente “segura”, e em local conhecido, quando foi abusada. A conseqüência da agressão contra as crianças é danosa, pois o cérebro infantil ainda está se programando. Uma criança que cresce num ambiente afetivo e protegido deve poder se dedicar a tarefas mentais mais sofisticadas, como pensar abstratamente. Se ela não sente medo, pode desenvolver uma postura mais solidária. Assim como acontece com os animais, o ser humano se programa para se proteger da violência, e de ambientes assustadores. Diante de uma agressão, uma de suas primeiras conclusões é a de se tornar fria, perdendo a propriedade típica dos bebês de se colocar no lugar dos outros. Quando um bebê chora, outro que está perto chora junto. Até os dois anos, a criança costuma chorar quando vê outra sofrendo. Depois dessa idade, ela chega perto do amiguinho e tenta consolá-lo. Zelar pelos direitos de desenvolvimento saudável das crianças não é uma tarefa exclusiva dos pais, mas também dos parentes, da comunidade, dos profissionais de saúde, dos líderes de modo geral, dos educadores, dos governantes, enfim, da sociedade como um todo. Faz-se necessário um trabalho articulado em rede para a implementar efetivamente a proteção dos Direitos da Criança e do Adolescente. A violência destrói o sentimento de compaixão. É necessário refletirmos e buscarmos uma forma permanente e duradoura de uma humanidade onde todos se situem no lugar uns dos outros. Assim, a motivação para se lembrar o dia QUATRO DE JUNHO não precisará mais existir no calendário internacional. *Ponto Focal em Minas Gerais Fórum Estadual de Minas Gerais de Enfrentamento à Violência Sexual Contra a Criança e o Adolescente campos.beth@gmail.com Fonte:http://www.comitenacional.org.br