“Na vida só há um modo de ser feliz. Viver para os outros.”

Léon Tolstoi

quinta-feira, 28 de abril de 2011

É possível pensar a escola como um lugar de formação humana que tenha o movimento social como princípio educativo?

Por Blog Pedagogiando

"Um povo instruído será sempre forte e livre"
(Martí, 1975).


Fonte: Banco de Imagens
No passado, não muito distante, a escola não se preocupava com a origem do aluno, com o seu meio de vida e mantinha uma relação de conteúdo autoritário, limitado e devido a essa herança político-social a educação tem fracassado.

No entanto, a educação é uma ação destinada a gerar uma mudança constante nas capacidades do sujeito, não acontece apenas na escola, ela é um processo permanente que se realiza na família, na comunidade, no trabalho, na sociedade, na comunicação, na influência mútua do homem com o meio.

Mas, nas últimas décadas, com os olhares voltados para as lutas do povo, para as buscas e conquistas pelos grupos que desejam a justiça social, principalmente os camponeses, torna necessário uma análise mais profunda sobre o processo de uma educação que se admite como parte dos problemas sociais deste século. Surge então o MST como lugar da formação do sujeito social trazendo lições fundamentais de pedagogia, um projeto de educação vinculado a processos de transformação tendo o trabalho como princípio educativo.

O Movimento inspirou-se em várias doutrinas pedagógicas. Entre os autores encontramos Paulo Freire que em suas obras, “A Educação como Prática de Liberdade” e “Pedagogia do Oprimido”, esclarece o quanto a educação é importante para o processos de conquista da cidadania do indivíduo e da sociedade que, para os dias de hoje, se tornam uma exigência social.

Assim, a educação do movimento social surge com um trabalho humano, que se origina nos fatos do dia-a-dia, na realidade, adquirindo ações pedagógicas diferenciadas, pois está direcionado aos pequenos produtores rurais, aos camponeses, aos indígenas, aos moradores de periferias de cidades ou como diz Paulo Freire, aos “esfarrapados do mundo” e os que nele se descobrem.
Vários autores criticaram a pedagogia tradicional e condenaram a postura dos educadores afastada do processo social, confiando que estes deveriam estar engajados na tarefa de transformação social.

E na medida em que esse contexto sócio-cultural seja discutido nas escolas, que a ação dos educadores, com práticas pedagógicas conscientes, significativas, democráticas, inclusivas, possibilitando a autonomia e a reflexão de seus alunos, conduzindo-os ao exercício da cidadania e a construção de sujeitos sociais é que acontecerá o rompimento definitivo do autoritarismo e do controle da sociedade, estando assim o processo pedagógico fortalecido.

Vale ressaltar que educação é um direito de todos que deve ser executado com novas formas de organização dos processos educativos escolares, fundamentado em uma base política estimuladora de modificações sociais e motivado pelos desejos humanos de igualdade, justiça, liberdade e felicidade.

A nós, futuros professores cabe a missão de mantermos um olhar sensível para os novos sujeitos desta conjuntura histórica, considerando a escola como um lugar de formação humana tendo o movimento social como princípio educativo.

Referências Bibliográficas

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.
__________. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.

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