Problema pode provocar sintomas físicos
O estresse da vida moderna pode afetar as crianças? De acordo com estudo recente, realizado pela International Stress Management Association (Isma), as críticas e desaprovações dos pais são a causa do estresse para 63% das crianças. A pesquisa , que analisou 220 crianças do Rio Grande do Sul e de São Paulo com idades entre 7 e 12 anos de idade, ainda apontou que o grande número de atividades diárias é a causa do problema para 56% dos entrevistados.
De acordo com o psiquiatra Edson Saggese, professor do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro, “crianças podem ter reações físicas e mentais, associadas à ansiedade – que convencionou-se chamar de estresse. No entanto, o mesmo evento pode repercutir de maneira diferente em cada criança, de acordo com sua idade, capacidade de elaboração e a maneira como os pais conduziram a questão”.
Estresse infantil pode gerar sintomas físicos
A pesquisa do Isma mostrou que o estresse infantil pode ser traduzido em problemas físicos sem causas aparentes, como diarreias, náuseas, dores de cabeça e de estômago, além de distúrbios do sono. Estes sintomas também podem ser usados pela criança para evitar ir à escola ou outro ambiente social onde possa sofrer bullying, razão pela qual 41% das crianças entrevistadas atestou sentir-se estressada.
No livro “Crianças estressadas: Causas, Sintomas e Soluções” (Editora Papirus, 160 páginas, R$ 37,90), a psicóloga Marilda Emmanuel Lipp explica que “a estrutura familiar moderna leva a uma diminuição do tempo de interação entre pais e filhos, empurrando os pais para um sistema de autocobrança e, ao mesmo tempo, de cobrança excessiva da criança, como se os pais procurassem compensar o tempo gasto fora de casa”.
Na publicação, a psicóloga também aponta os efeitos do estresse infantil a longo prazo: “Quando o estresse é prolongado, as glândulas supra-renais passam a produzir corticosteróides em quantidade muito grande. Esse aumento na produção afeta diretamente o sistema imunológico, reduzindo a resistência da criança e tornando-a vulnerável a ao desenvolvimento de infecções e de doenças contagiosas. Em virtude do enfraquecimento do organismo, doenças que permaneciam latentes podem ser desencadeadas. Úlceras, asma, diabetes, problemas dermatológicos, alergias, bronquite e obesidade podem surgir”.
Ouvir os filhos é essencial para evitar o problema
Para Edson Saggese, apender a ouvir os próprios filhos é a melhor forma de perceber diferentes tipos de alterações, evitando o estresse infantil. “Crianças são seres bastante sofisticados e capazes de compreender coisas que os adultos supõem que elas não entendam. Também é preciso prestar atenção às suas reações físicas, se estão adoecendo com frequência e o tipo de diversão que escolhem, já que tendem a resolver problemas através das brincadeiras. Em certos casos, a terapia comportamental ou a psicanalítica poderá ser útil para ajudar a criança a superar o estresse”, diz o psiquiatra.
Fonte: http://www.aliancapelainfancia.org.br
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