“Na vida só há um modo de ser feliz. Viver para os outros.”

Léon Tolstoi

sábado, 28 de maio de 2011

Organização dos tempos escolares no ensino fundamental: séries e ciclos

Por Blog Pedagogiando

Fonte: Banco de Imagens

"A democratização do ensino requer muito mais do que "pôr toda criançada na escola", para que ela obtenha, não importa como, o diploma no prazo previsto". (Patto, 2005)


Na ultima quarta-feira (dia 26/05) a Universidade Metodista de São Bernardo do Campo, por intermédio da Profª Marília Claret Duran, que participou do processo de criação do Ciclo Básico no Estado de São Paulo na gestão de Franco Montoro ( desde sua criação até a implantação) nos proporcionou durante sua aula um debate entre o Prof. Dr. João Cardoso Palma Filho e o Prof. José Luis Feijó com o intuito de provocar discussão sobre as diferentes perspectivas das escolas em ciclos.

Há tempos que a sociedade vem questionando o sistema de progressão continuada implantado nas escolas públicas e que a nosso ver nada tem de progressivo. Na realidade esse regime se apresenta autoritário, regressivo, que descumpre a lei pois não assegura aquilo que é garantido, ou seja a qualidade do ensino.

Afinal esse sistema de ensino é inclusivo ou exclusivo, já que os alunos são promovidos mesmo não aprendendo e quando atingem o Ensino Fundamental , mal sabendo ler e escrever ficam unicamente assistindo às aulas sem nada entender, tendo o professor a responsabilidade de ensinar o conteúdo para os alunos, sem a possibilidade de alfabetizar alunos que já deveriam estar alfabetizados? E a igualdade de oportunidades, onde está?

Será que se a Progressão Continuada realmente desse aos alunos iguais oportunidades de aprender teríamos tantos alunos mal sabendo ler e escrever no Ensino Fundamental II? Como se sente um adolescente que tem a consciência de não ter aprendido como seus colegas, mas apesar de ter sido promovido, não sabe ler e escrever como os demais?

Certamente que as pesquisas de Emília Ferreiro têm significativa importância na área da alfabetização, no entanto é mais fácil para alguns professores aprovarem seus alunos silábico-alfabéticos e declararem que no próximo ano se tornarão alfabéticos.

Precisamos pensar a gravidade desta questão e analisarmos o que de fato ocorre na escola nos anos iniciais do ensino fundamental. Todos nós, professores, gestores, coordenadores e a sociedade em geral precisamos refletir sobre as implicações dessa questão, pois independente dos interesses políticos dos governos apregoando a “inclusão”, temos que primeiramente nos responsabilizar pelos alunos e seu efetivo aprendizado.

Assim, a maneira como vem sendo implantada a Progressão Continuada não cumpre com o que o próprio nome diz, ou seja “Progressão Continuada”, isso porque mesmo sem ter aprendido o aluno é automaticamente aprovado.

Entretanto, somos obrigados a admitir que os professores Palma e Marília Duran pela primeira vez no Brasil estavam enfrentando a questão da repetência e da evasão escolar no ensino fundamental. Foi um momento histórico sem precedentes.

Por fim,o assunto é polêmico, sabemos, mas temos que assumir compromissos e atuar na causa raiz destes problemas, afinal como educadores somos co-responsáveis, no entanto com talento, criatividade, dedicação encontraremos caminhos e alternativas.

Finalizando gostaríamos de destacar as palavras de Freire:

“A melhor maneira que a gente tem de fazer possível amanhã alguma coisa que não é possível de ser feita hoje, é fazer hoje aquilo que hoje pode ser feito. Mas se eu não fizer hoje o que hoje não pode ser feito e tentar fazer hoje o que hoje não pode ser feito, dificilmente eu faço amanhã o que hoje também não pude fazer”. (Paulo Freire)


Referências Bibliográficas

PATTO, Maria Helena Souza. Exercícios de Indignação: escritos de educação e psicologia. São Paulo. Casa do Psicólogo. 2005.

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