“Na vida só há um modo de ser feliz. Viver para os outros.”

Léon Tolstoi

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Entre o real e o ideal

Por Pedagogiando

Fonte:Banco de Imagens

"Um dia, escola será só escola. Nem especial, nem integradora ou inclusiva. Sociedade? Sociedade. E ponto.”
Cláudia Werneck, in Sociedade Inclusiva:quem cabe no seu todos?, WVA, R.J., 1999.


Quando falamos sobre o processo de inclusão escolar, devemos pensar que a inclusão é mais do que uma variação do sistema de ensino para o aluno deficiente. Determinamos a necessidade de profundas transformações na escola, no que se refere a métodos, currículo e avaliação, além de mudanças mais subjetivas referentes às concepções de apoio fundamentais durante o processo de inclusão do aluno deficiente. Demanda discutir criticamente a concepção dos professores a respeito dos processos de ensino-aprendizagem entre outros fatores.

De acordo com Houaiss (2004,p.1595) inclusão é o “ato ou efeito de incluir(-se). Estado daquilo que ou de quem está incluso, inserido, metido, compreendido dentro de algo, ou envolvido, implicado em; de alguém em um grupo” .

Nos últimos anos o tema inclusão tem sido muito discutido conforme vários estudos têm demonstrado (DRAGO, 2005, 2007; MANTOAN, 2003, 2004, 2006).
A inclusão propõe o reconhecimento de todas as diferenças gerando um novo modo de aparelhamento do sistema educacional, que vai muito além da escola em si.

MANTOAN (2003, p. 25) observa que
“Na perspectiva inclusiva, suprime-se a subdivisão dos sistemas escolares em modalidades de ensino especial e regular. As escolas atendem às diferenças sem discriminar, sem trabalhar à parte com alguns alunos, sem estabelecer regras específicas para se planejar, para aprender, para avaliar”.

Esse entendimento pressupõe que a escola inclusiva deve direcionar seu olhar para um ensino que, além de fortalecer os organismos de interação e cooperação, estimule no sujeito o sentimento de pertencimento.

A inclusão não é a colocação de cada criança individual nas escolas, mas é criar um ambiente onde todos possam desfrutar o acesso e o sucesso no currículo e tornarem-se membros totais da comunidade escolar e local, sendo, desse modo, valorizados. (MITTLER, 2003, p. 236)

Por ser uma realidade a inclusão educacional precisa ser encarada no cotidiano escolar de maneira contextualizada. Pois, a proposta de uma educação inclusiva implica dar outra lógica à escola, transformando seus conceitos, suas práticas, sendo portanto, muito maior do que somente matricular o aluno na escola comum.

Para a educação ser inclusiva precisa considerar as potencialidades de cada aluno e não somente suas dificuldades. É ter diferentes olhares, tendo como certeza única que não existe homogeneidade na sala de aula e muito menos na sociedade.

Assim, valorizar a diversidade e criar uma escola de qualidade deve ser o primeiro passo. Além disso, reconhecer que o processo inclusivo demanda o reconhecimento da necessidade do deficiente sentir-se pertencente ao grupo.

Em suma, compreender que a educação coletiva é a chave para o sucesso da inclusão. Dessa maneira, o processo de inclusão deixará de ser apenas proclamado pela legislação atual e passará a fazer parte do cotidiano escolar e a partir de então os alunos serão efetivamente sujeitos ativos na conquista do conhecimento.

Referências
DRAGO, Rogério. Infância, educação infantil e inclusão. Vitória: Aquarius, 2007.
HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.
MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna, 2003.
________________. Caminhos pedagógicos da educação inclusiva. In: GAIO, R.; MENEGHETTI, R. (Org.). Caminhos pedagógicos da educação especial. Petrópolis: Vozes, 2004.
________________. Igualdade e diferença na escola: como andar no fio da navalha. In: ARANTES, V. A. (Org.). Inclusão escolar. São Paulo: Summus, 2006.
MITTLER, P. Educação inclusiva: contextos sociais. Porto Alegre: Artmed, 2003.

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